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GUINE-Conacri, Prossegue greve com confrontos


Nos subúrbios de Conacri, capital da Guiné, as forças da segurança tiveraç dificuldade em controlar jovens que lançaram fogo a pneus, no nono dia de uma greve geral. Enquanto isso, líderes sindicais dizem que o presidente Lansana Conté os ameaçou de morte numa reunião na noite de quarta-feira.

Os dirigentes sindicais dizem que a reunião degenerou em ameaças e disparates por parte do presidente depois de terem pedido a demissão de Conté.

Os líderes sindicais acrescentaram que Conté -- uma chaminé ambulante, diabético e doente crónico -- não está capaz de desempenhar o seu cargo. Desde um golpe em 1984 que Conté preside aos destinos da Guiné-Conacri, um país rico em recursos minerais, mas cuja população está cada vez mais empobrecida.

Dizem que o encontro terminou quando o presidente se sentiu cansado, e que Conté recusou dar-lhes um aperto de mão.

Apesar das ameaças, a greve geral prossegue, e a maior parte da capital encontra-se deserta, com as forças de segurança a correrem com jovens desordeiros, em alguns dos subúrbios de Conacri.

Os jovens incendiaram pneus em diversas cidades, onde se registou, também, a destruição de escritórios do governo.

Na quarta-feira, registaram-se, pelo menos, duas mortes, durante distúrbios. Segundo a polícia um jovem morreu, mas nega que tenha sido usada munição viva.

O jornalista Maseco Conde diz que muitos guineenses estão com medo, mas determinados a continuar com a acção de greve, que se já prolonga a mais tempo e é mais abrangente que anteriores paralizações laborais.

Condé acrescenta que, até ao momento, as forças de segurança se mostram mais disciplinadas que o habitual.

Os dirigentes sindicais lançaram apelos à realização de marchas, apesar da proibição governamental para tal, mas até agora não se realizou nenhum grande comício.

Dustin Sharp, do grupo Human Rights Watch, diz que o melhor seria que as coisas ficassem como estão. ”Todos sabemos que estão à beira de um período muito perigoso. O governo tem medo de manifestações em massa, nas ruas. Em greves anteriores houve ou feridos ou pessoas que eram mortas nessas manifestações. A ameaça acrescenta Sharp, não é fruto da imaginação. Há uma forte possibildade de um banho de sangue, e eles estão muito conscientes disso”.

Esta última acção de protesto foi despoletada quando o presidente Conté se deslocou a uma prisão, em pessoa, para ele próprio libertar dois dos seus aliados, encarcerados como parte de uma investigação a actividades de corrupção.

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