A Secretária de Estado Condoleezza Rice disse, na quinta-feira, que o Quarteto internacional para o Médio Oriente se vai reunir em Washington no prazo de duas semanas para tentar fazer avançar os esforços de paz israelo-palestinianos. Em Berlim, Rice, no termo de uma digressão pelo Médio Oriente, fez declarações duras em relação ao Irão.
Rice está a informar os aliados europeus no termo de um périplo por seis países do Médio Oriente, anunciando que vai ser a anfitriã de uma reunião de nível ministerial do Quarteto, a ter lugar no dia um e dois de Fevereiro, num esforço para harmonizar a posição das principais potências relativamente aos esforços de paz regionais.
A administração Bush tem vindo a ser pressionada por aliados europeus e árabes para fazer na frente israelo-palestiniana, assumindo que poderia fazer avançar o processo de paz noutros problemas, incluindo relativamente ao conflito iraquiano e à crise política no Líbano.
Aquele que foi o maior êxito desta sua digressão, Rice garantiu um acordo tripartido com o primeiro-ministro israelita Ehud Olmert e com o chefe da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, a realizar no próximo mês para debater os possíveis termos para uma solução do conflito entreos dois Estados do Médio Oriente.
Rice disse que as conversações sobre o estatuto final, o primeiro do género nos últimos seis anos, não se limitará ao roteiro da paz para o Médio Oriente, avançado pelo Quarteto, um grupo que inclui a União Europeia, a Rússia, a ONU e os EUA.
Durante uma conferência de imprensa ladeada pelo ministros dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank Walter Steinmeyer, Rice garantiu à Alemanha, que assume neste momento a presidência rotativa da União Europeia, que o Quarteto continua a ser uma peça essencial do processo de paz.
Disse Rice: “O Quarteto é o guardião, em certo sentido, do roteiro da paz e eu espero também que, enquanto tentamos acelerar o progresso no roteiro, o Quarteto irá tentar prestar apoio às partes envolvidas, enquanto estas tentam avançar no processo”.
As autoridades europeias expressaram preocupações de serem excluídas dos esforços de paz e a chanceler alemão, , com quem Rice se avista nesta quinta-feira, fez do relançamento do Quarteto uma prioridade para o mandato da Alemanha à frente da EU.
Durante, a conferência de imprensa com Rice, o ministros dos negócios Estrangeiros da Alemanha, Steinmeier disse que o Quarteto e o seu plano de paz não é um fim em si, mas que tem por papel coordenar a política da paz.
Disse ele ter sido sempre a favor de uma reunião do Quarteto que pudesse pôr termo às diferentes ideias que estão a ser apresentadas por diferentes países.
Para além de ser ter avistado com os líderes de israelitas e palestinianos, Rice manteve conversações com destacados dirigentes da Jordânia, Egipto, Arábia Saudita e, no Kuwait, reuniu-se com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados do Golfo, tendo ouvido, na oportunidade, apelos para que os EUA envolvam o Irão no processo para levar a paz ao Iraque.
Questionada sobre aquele apelo, Rice disse estar preparada para pôr fim a 27 anos de isolamento diplomático com o Irão, mas apenas se este país cumpra o determinado pelo Conselho de Segurança pondo termo ao processamento de urânio enriquecido e regressando à mesa das conversações sobre o seu programa nuclear:
“Não é altura de romper unilateralmente a política dos EUA de não envolvimento com os iranianos. Esta não é a altura. Não obstante o que outros países possam fazer ou desejem fazer, essa é uma decisão para ser tomada por esses países. Mas, eu penso que todos nós temos que continuar com a nossa atenção focada no facto do Irão estar a violar uma resolução do Conselho de Segurança, até que suspenda as suas actividades de enriquecimento e de reprocessamento de urânio”.
Rice negou que o presidente Bush, que enviou um reforço de forças navais para o Golfo Pérsico, esteja a tentar escalar as tensões com Teerão.
Rice disse que os EUA estão, simplesmente, a responder à ajuda que o Irão está a prestar a elementos, no Iraque, que atacam forças americanas com explosivos, mas Rice reiterou que o problema pode ser resolvido em território iraquiano.