O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirma que os EUA estão “encurralados” numa situação difícil no Iraque e que a Síria e o Irão podem desempenhar um papel positivo, ajudando o governo de Bagdade a pôr fim aos combates. Annan falava em Genebra, na Suíça, onde se foi despedir dos diplomatas da ONU, nas vésperas do fim do seu mandato, que termina a 31 de Dezembro.
O secretário-geral da ONU disse que os iraquianos têm que resolver os seus problemas internos, mas que necessitam também da ajuda dos seus vizinhos, bem como da comunidade internacional em geral.
Annan disse que os EUA não têm opções fáceis no Iraque: “De certa forma, os EUA estão encurralados no Iraque, encurralados no sentido de que não podem ficar, nem podem sair. Há os que mantêm que a presença é um problema. E há aqueles que dizem que, se os EUA saírem precipitadamente, a situação ficará pior e que os americanos deveriam ficar para ajudar a acalmar e a estabilizar a situação antes de saírem do terreno. Penso que os EUA, obviamente, têm que meditar sobre isto com muita cautela”.
Annan disse ainda que as tropas americanas não deveriam abandonar o Iraque antes dos iraquianos terem capacidade para manter um ambiente razoavelmente seguro.
O secretário-geral da ONU afirmou que sempre acreditou que o Irão e a Síria podem ser parte da solução e encoraja esse envolvimento. Disse ele pensar que os países vizinhos do Iraque podem desempenhar um papel positivo se se unirem para cooperar com os iraquianos a acalmar a situação violenta:“Estou em crer que um Iraque em paz é do interesse de todos os países, incluindo a Síria e o Irão. E, por isso, exorto-os a usar da sua influência e a fazerem o que possam fazer para pacificar o Iraque”.
Depois de dez anos no cargo de secretário-geral da ONU, Annan termina agora o seu mandato e a sua maior pena foi a de não ter conseguido fazer com que o Conselho de Segurança tivesse evitado a invasão do Iraque por parte das forças lideradas pelos EUA. Disse ele acreditar que uma guerra poderia ter sido evitada se os inspectores da ONU tivessem tido mais tempo para completar a sua missão.
Kofi Annan será substituído no cargo por Ban Ki-Moon, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul.