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Jan Pronk Regressa à Sede da ONU em Nova Iorque


O enviado especial das Nações Unidas ao Sudão já vai a caminho de Nova Iorque, depois de ter sido expulso do Sudão. Jan Pronk deverá apresentar-se esta quarta-feira na sede das Nações Unidas para conversações com o secretário geral da ONU, Kofi Anan, acerca do seu futuro. No domingo passado, o governo sudanês decidiu expulsar o enviado das Nações Unidas depois de Pronk ter declarado, na sua página na Internet, que as forças armadas sudanesas tinham sofrido sérios reveses em dois recentes confrontos com os rebeldes de Darfur. Pronk acrescentou que se registavam muitas baixas, que o moral das tropas era baixo e que muitos comandantes tinham sido demitidos. Aqueles comentários na Internet embaraçaram as Nações Unidas.

O porta-voz da ONU, Stephan Dujarric, salientou que aqueles comentários reflectiam apenas o ponto de vista de Pronk e não o das Nações Unidas ou do seu secretário- geral, Kofi Anan. Dujarric recusou-se, entretanto, a considerar a partida de Pronk como uma expulsão. Acrescentou que o enviado está a regressar à sede das Nações Unidas para consultas e que mantém a inteira confiança de Kofi Anan: ” O secretário-geral pediu a Jan Pronk que regressasse e este manterá contactos com o secretário-geral e com outras altas entidades. Mas, o que é necessário que fique bem esclarecido é que ele continua a ser o representante especial do secretário geral, contando com o seu inteiro apoio.”

A Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, denunciou a expulsão de Pronk considerando-a extremamente infeliz e acrescentando que debateria a questão com o secretário geral da ONU.

No domingo, passado em Kartum , Pronk anunciou que tinha recebido uma carta endereçada a Kofi Anan, afirmando que o governo de Kartum considerava a sua missão como terminada e dando-lhe 72 horas para deixar o país. Jan Pronk, de 66 anos de idade, é um antigo ministro holandês,e,na qualidade de enviado especial de Kofi Anan, denunciou abertamente a violência na região sudanesa de Darfur, que os Estados Unidos consideram como genocídio. Pronk criticou duramente Kartum por ter permitido que as milícias árabes ”Janjaweed” tenham levado a cabo uma limpeza étnica naquela região ocidental do Sudão. Considerou mesmo que as populações de Darfur foram vítimas do racismo árabe.

Na semana passada, entidades oficiais sudanesas acusaram Pronk de levar a cabo uma guerra psicológica contra as suas forças armadas salientando que as informações publicadas na Internet não correspondiam à verdade. O conflito em Darfur começou em 2003, depois dos rebeldes daquela região terem atacado posições governamentais queixando-se de que Kartum estava a negligenciar as populações locais. Organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que os confrontos em Darfur já fizeram mais de 200 mil mortos e desalojaram mais de dois milhões de pessoas.

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