As audiências na Assembleia Nacional em Abidjan transmitidas pela televisão tiveram inicio hoje.
O presidente da Comissão Parlamentar para o Meio Ambiente, Mamadou Die, afirmou que o objectivo não é levar ninguém a tribunal. Estamos sim a procurar informações precisas e claras no que diz respeito ao que realmente aconteceu.
Cerca de 77 mil habitantes de Abidjan procuraram tratamento medico por sintomas ligados ao lançamento de 528 mil litros de um produto químico liquido em 12 locas a volta da cidade no mês passado. Funcionários da saúde disseram que oito pessoas morreram em consequência do contacto com o lixo toxico.
O lançamento do lixo toxico no dia 19 de Agosto, transportado de um navio-tanque fretado pela companhia holandesa Trafigura Beheer BV levou a resignação do governo de transição do primeiro-ministro Charles Konan Banny.
O parlamento convocou cinco indivíduos, os antigos directores da alfândega e do porto de Abidjan, os antigos ministros dos Transportes e do Ambiente e o governador do distrito de Abijan para deporem.
Contudo, o ex-ministro dos Transportes, Innocent Kobenan Anaky, que foi retirado do seu caro e espancado por manifestantes irados na semana passada, declinou comparecer citando problemas de saúde relacionados com o ataque. O antigo ministro do Ambiente, Jacques Andoh, também não compareceu.
Numa carta lida na Assembleia pelo presidente do painel, Andoh afirma que as suas primeiras obrigações foram feitas perante uma investigação criminal e dois comités de investigação criadas na semana passada pelo primeiro-ministro.
O governador do distrito de Abidjan, o ultimo a falar hoje foi apupado pelos deputados quando começou a prestar o seu depoimento.
As audiências vão prosseguir na terça-feira e não se sabe se o parlamento vai tomar qualquer acção. O parlamento marfinense é dominado largamente por apoiantes do presidente Laurent Gbagbo.