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Jendayi Frazer Leva Mensagem de Bush a Cartum


A Secretária de Estado Assistente americana para os Assuntos Africanos vai ao Sudão entregar uma mensagem do presidente Bush ao governo de Cartum acerca do fim da crise na região sudanesa de Darfur.

A visita de Jendayi Frazer surge num momento em que se continuam a agravar-se as condições de segurança em Darfur.

Fraser parte ainda hoje de Washington com a missão de entregar uma mensagem do presidente George W. Bush exortando o governo sudanês a pôr em prática o Acordo de Paz de Darfur. A Secretária de Estado Assistente para os Assuntos Africanos adianta que, na sua mensagem, o presidente Bush sublinha a necessidade de uma rápida implantação de uma força de manutenção da paz da ONU, um projecto que o governo de Cartum tem vindo a rejeitar repetidamente.

O governo sudanês tem sido acusado de usar as milícias árabes conhecidas pela designação de “Janjaweed” para combater grupos étnicos minoritários que combatem em prol de autonomia e de uma maior fatia dos recursos nacionais para Darfur, exigências que desencadearam o conflito em 2003. Os EUA qualificaram de genocídio a forma como as minorias têm sido perseguidas pelas forças pró-governamentais.

Frazer afirma que os EUA não irão permitir que a recusa de Cartum em aceitar que tropas da ONU e o que qualificou de “arrastar de pés na ONU” evite que a administração Bush de tome as medidas necessárias para travar a matança.

Disse ainda Jendayi Frazer que os EUA e a Grã-Bretanha estão a pressionar para que o Conselho de Segurança actue até ao fim deste mês: “Os EUA e a Grã-Bretanha introduziram um projecto de resolução no Conselho de Segurança da ONU apelando para o envio de uma força de manutenção da paz para Darfur. Já há acordo no seio do Conselho de que apenas uma força da ONU grande, móvel, de reacção rápida e robusta, com as forças africanas formando o núcleo da forma e partilhando a liderança, poderá legitimamente e de uma forma credível proteger civis, garantir o acesso da ajuda humanitária e de pôr totalmente em prática o Acordo de Paz para Darfur”.

O governo Cartum rejeitou o projecto de resolução, afirmando que este violaria a soberania do Sudão. E o Sudão advertiu que, qualquer força internacional que venha para o país, será confrontada com uma força mortífera.

Mas, a embaixadora Frazer mantém-se esperançada. Diz ela estar confiante de que Cartum, eventualmente, irá concordar em começar a converter, até Outubro, os sete mil homens da força de paz da União Africana que já se encontram em Darfur numa força multinacional liderada pela ONU: “Porque razões pensam que seremos bem sucedidos? A necessidade e a história. A história diz-nos que, no passado, o governo do Sudão também se opôs a que a União Africana levasse uma força para Darfur. Eventualmente, Cartum verificou a sabedoria daquela decisão. A União Africana, de que o Sudão faz parte, tem dito repetidamente que irá haver uma força da ONU em Darfur. Eu penso que seria muito difícil para um Estado membro opor-se a toda a organização da União Africana, uma organização que o presidente Bashir aspira liderar em Janeiro de 2007.”

Frazer sublinhou que a ONU não irá para Darfur sem o consentimento do governo do Sudão: “Não estou a dizer que vamos abrir caminho à força das armas. Mas necessitamos que o Conselho de Segurança expresse agora a vontade da comunidade internacional e que haja esta conversão das forças da União Africana numa força da ONU”.

A Secretária de Estado Adjunta americana para os Assuntos Africanos afirma que as novas tropas irão apenas reforçar as da ONU, que já se encontra em Darfur. E essas forças encontram-se ali para implementar o histórico acordo Norte-Sul que pôs termo a 21 anos de guerra civil entre tropas do governo e rebeldes do Sul.

Adicionalmente, as tropas da ONU em Darfur, que são cerca de sete mil soldados e observadores da União Africana, estão a sofrer com falta de fundos e de pessoal. Na prática, as forças da União Africana têm sido incapazes de pôr termo à violência, dentro e fora dos acampamentos dos refugiados em Darfur, numa área sensivelmente tão grande como a França.

A embaixadora Frazer: “A administração Bush está totalmente empenhada no Sudão. A Secretária de Estado Condoleezza Rice, na semana passada, falou com os seus homólogos da China, da França e da Grã-Bretanha. E, como sabem, levo uma mensagem do presidente Bush para o presidente Bashir. Mas, um enviado ao não faz milagres. Nós temos uma estratégia para o Sudão. Quanto mais gente tivermos para tentar pô-la em prática, melhor!”.

Frazer disse ainda que, em última análise, os esforços para obter uma solução rápida para uma guerra que dura há quase há quatro anos em Darfur são preocupações de carácter humanitário. Disse a Secretária de Estado Assistente para os Assuntos Africanos não ser aceitável que dezenas de milhar de pessoas tenham sido mortas e que cerca de dois milhões de outras continuem desalojadas, vivendo em precários acampamentos para refugiados, onde continuam a acontecer assassínios e violações.

Para pôr fim a essa situação, os EUA apelam para uma acção rápida na ONU e para que seja aprovada uma resolução.

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