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Milícias Árabes Atacam no Chade


As milícias Janjaweed estão a actuar na região Leste do Chade preocupando os responsáveis das Nações Unidas. No último ataque, há uns dias atrás, a Agência para os Refugiados das Nações Unidas (ACNUR) informou que milicianos armados roubaram 350 cabeças de gado na região de Goz Beida, no leste do Chade.

O porta-voz do ACNUR, Ron Redmond, disse que nesse ataque não morreu ninguém, mas acrescentou que houve numerosos ataques nos últimos meses em que foram mortas pessoas. Em Abril, por exemplo, centenas de Janjaweed atacaram uma aldeia tendo massacrado mais de 100 homens e roubado centenas de cabeças de gado.

O porta-voz do ACNUR disse que a violência esta a forçar milhares de pessoas a deixarem as suas casas. Diz Redmond:

“Equipas do ACNUR entrevistaram muitos deslocados em campos espontâneos. Disseram que os ataques estão a ser feitos por milícias Janjaweed, provenientes do Sudão. Disseram também que em várias ocasiões reconheceram chadianos de outras tribos a participarem nos ataques juntamente com os Janjaweed sudaneses. Alegam que aqueles chadianos terão feito acordos com as milícias para evitar que as suas propriedades manadas de gado fossem atacadas.”

Redmond afirmou ainda que os ataques tornaram-se mais sistemáticos e mortíferos nos últimos três meses, adiantando que a actual insegurança coloca também uma ameaça aos 213 mil refugiados sudaneses de Darfur, que se encontram em 12 campos ao longo da fronteira com o Sudão.

A ACNUR estima que cerca de 50 mil chadianos foram deslocados na parte leste do pais nos ultimos meses e que esse numero esta a aumentar. Redmond afirmou que a chegada de mais deslocados a aldeias e vilas chadianas esta a esticar ao máximo os limitados recursos das comunidades locais: “Esses campos com mais de 200 mil refugiados estão a já a exceder ao máximo os recursos no leste do Chade. Se formos ter mais algumas dezenas de milhar de deslocados internos, iremos então enfrentar alguns grandes problemas. É, por isso, que o ACNUR pediu ao Chade e ao Sudão para fazerem mais sobre segurança ao longo da sua vasta fronteira. E pediu mais empenhamento internacional.”

Nos últimos meses, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, o antigo primeiro-ministro de Portugal, António Guterres, tem advertido para uma crescente instabilidade regional, se nada for feito para evitar uma escalada de ataques através da fronteira.

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