Mugabe disse a membros do seu partido ZANU-PF que eventuais alterações às leis sobre minas estão ainda sob discussão.
No mês passado, o ministro das Minas do Zimbabwe, Amos Midzi, disse que o governo planeava alterar a lei e ficar com 51 por cento de algumas das principais companhias mineiras de propriedade estrangeira, sem qualquer compensação.
Midzi informou que a proposta nova lei tinha sido acordada em Conselho de Ministros, presidido por Mugabe.
Desde a agitação sobre a proposta nacionalização das minas, Mugabe teve pelo menos uma reunião com executivos mineiros. Nesse encontro ele ter-lhes-á dito que não havia nada para recear e que podiam prosseguir com os planos para expandir as suas operações.
John Robertson, um economista zimbabueano especializado no sector mineiro, afirmou que as companhias mineiras estrangeiras estão ainda à espera de uma confirmação por escrito das garantias dadas por Mugabe. Uma vez que são companhias publicas cujos accionistas são investidores privados, eles não podem apoderar-se das companhias tão facilmente.
“A principal mensagem que essas companhias transmitiram ao governo foi de que elas podem afastar-se já. E o próximo passo a ser tomado será simplesmente parar. Em termos monetários, isso significa suspender algumas centenas de milhões de dólares americanos destinados a aumentar consideravelmente a capacidade produtiva de várias minas.”
Robertson afirmou que o governo do Zimbabwe poderá não ter percebido até muito recentemente que não podia apoderar-se das minas tão facilmente como fez a 90 por cento das herdades comerciais de agricultores brancos nos últimos seis anos. Robertson acrescentou que o governo zimbabueano não tem conhecimentos para dirigir minas.
“Penso que isso é um assunto que eles não anteciparam, que especialistas internacionais em qualquer campo, seja engenharia ou minas, encontram facilmente trabalho noutro lado qualquer. Eles estão satisfeitos em trabalhar presentemente para companhias internacionais no Zimbabue. Se lhes disserem hoje que se tornaram funcionários do governo do Zimbabwe, a grande maioria deles pega nos seus passaportes e telefonam em poucos minutos para empresas de mudanças.”
Outros analistas do sector mineiro disseram que Mugabe não irá abandonar os seus planos para tomar as minas propriedade de estrangeiros, mas que poderá reduzir a percentagem de posse.
O Zimbabwe está a passar pela sua pior crise financeira, que começou depois do sector agrícola comercial, anteriormente o principal esteio da economia do país, ter sido nacionalizado.
A agricultura contribuía com 40 por cento das divisas estrangeiras do Zimbabwe, que era um exportador regular de alimentos para a região. Apenas cerca de cinco a 10 por cento das terras nacionalizadas estão a ser usadas e o Zimbabwe luta para alimentar a sua própria população.