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Após Cinco Semanas de Cativeiro


A radio estatal nigeriana anunciou a libertação dos reféns - dois americanos e um britânico - após cinco semanas de cativeiro.

A Radio Nigéria informou que os três indivíduos foram entregues ao governador James Ibori, do estado meridional do Delta, pelo líder étnico Ijaw, Edwin Clark.

Funcionários disseram que os ex-reféns estavam de boa saúde e foram encaminhados para a SHELL, a companhia para onde trabalham.

Os dois americanos e o britânico foram raptados juntamente com seis outros indivíduos no dia 18 de Fevereiro.

Os militantes exigiam uma maior partilha nas receitas do petróleo, a libertação de dois lideres da região e uma compensação pela poluição petrolífera, como condições para a libertação dos reféns. O governo nigeriano disse que não foi pago qualquer resgate.

O envolvimento de destacados lideres étnicos Ijaw nas negociações conduziu eventualmente a libertação dos três indivíduos.

Mike Ekamoh – um activista do Delta do Niger, e chefe do grupo não-governamental Conselho Supremo da Juventude do Delta do Niger – prestou tributo aos esforços dos lideres da região.

“Os governos devem compenetrar-se de que as pessoas estão cercadas de uma pobreza abjecta, enquanto os seus cidadãos vêem para ca para extorquir e levar as riquezas para os seus países. Por isso, estamos satisfeitos com o facto dos nossos lideres, os nossos chefes tradicionais, os nossos governadores, os nossos deputados, os nossos políticos estarem a fazer os possíveis para que a paz reine no Delta do Niger.”

A violência em curso no Delta do Niger tem também afectado a produção de energia eléctrica na Nigéria, provocando prolongados períodos de falta de luz em varias partes do país.

Um quarto da produção diária de petróleo na Nigéria, avaliada em 2,4 milhões de barris, tem vindo a ser perdida devido aos ataques de militantes às plataformas petrolíferas.

Ekamoh afirmou que o governo nigeriano tem de mover rapidamente no sentido de responder as queixas das comunidades das áreas petrolíferas, senão a tomada de mais reféns será inevitável.

“Não terá sido a ultima. Apesar de não encorajarmos mais tomada de reféns, pensamos ser necessários tomar passos rápidos para ouvir as pessoas do Delta do Niger, especialmente os jovens. Criar programas de empregos para jovens. Ouvir as pessoas. Já não podemos fazer agricultura. Já não podemos pescar. O governo tem de fazer algo que satisfaça as pessoas.”

A libertação dos três reféns fez aumentar as esperanças para o fim da recente violência no Delta.

Mas analistas afirmam que muito irá depender da resposta do governo. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha prometeram uma intervenção de alto nível para resolver o longo descontentamento das comunidades nas áreas petrolíferas da Nigéria, para evitar mais tomada de reféns.

Cerca de 20 milhões de pessoas vivem na pobreza na área da produção petrolífera da Nigéria, avaliada em biliões de dólares.

A companhia SHEL informou que não irá recomeçar a produção normal de petróleo até que tenha segurança para o fazer.

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