Nzita Tiago, presidente e fundador da FLEC, não sabe oficialmente do seu secretário - geral Bento Bembe, homem que ele também escolheu para liderar o Fórum Cabindês para o Diálogo, instituição a quem foi conferido um mandato para negociar com o governo de Angola. O último contacto entre os dois aconteceu há mais de meses estava Bento Bembe na Holanda. O desaparecimento deste da Holanda onde era objecto de um pedido de extradição por parte dos EUA, teria resultado entre outras coisas, da intervenção do Governo de Angola, que depôs a seu favor numa audiência num tribunal de Amsterdão.
O desaparecimento misterioso da Holanda , e a alegada associação ao governo de Angola lançaram a dúvida à volta do empenhamento de Bento Bembe na causa defendida pela FLEC. Ainda assim Nzita Tiago prefere dar o benefício da dúvida.
“Eu estou à espera dele. Ele foi indicado para contactar as autoridades angolanas a fim de encontrarmos uma solução para Cabinda. Ouvi dizer que ele está em Brazzaville, mas eu aguardo um sinal dele”.
Deste contacto que Nzita Tiago espera que não leve mais do que um mês, dependerá a questão da confiança entre os dois. “Gostaria que ele me dissesse alguma coisa; quero saber o que foi que ele já fez até aqui. Se daqui a um mês não receber nenhum sinal, convocarei uma nkoto likanda - fórum tradicional, para tomar uma decisão”.
A acontecer a nkoto likanda de que fala Nzita Tiago não será a primeira. Há duas semanas um fórum idêntico reuniu em Brazzaville, membros da associação cívica, Mpalabanda, da FLEC, e do Fórum Cabindês para o Diálogo. Bento Bembe teria repetido aí sugestões que fizera antes à publicação On-line Ibinda.com, segundo as quais tinha sido vítima de traição. Embora Bento Bembe não tivesse elaborado a sua acusação, Nzita Tiago gostaria de saber quem, e em que circunstâncias, Bento Bembe foi traído.
”Ele que diga quem o traiu, de que forma, e o que foi que se passou. Ele foi nomeado pelo Sr Henrique Nzita, então ele que diga ao Sr Henrique Nzita Tiago quem foi que o traiu. Não é só falar à imprensa.”
Nzita Tiago, que se assume como presidente - fundador da FLEC- será assim até que o povo se pronuncie em contrário - espera ouvir também de Bento Bembe mais pormenores sobre a tese deste segundo a qual a “luta armada seria um suicídio”. Bento Bembe fez estas declarações à publicação On-line Ibinda.com.
A Voz da América tentou sem sucesso, ouvir Bento Bembe.