As conversações realizadas em Darwin puseram termo a uma disputa de longa data relativamente as grandes reservas de petróleo e de gás natural existentes no Mar de Timor.
O anuncio do acordo foi feito, quinta feira, pelo ministro dos estrangeiros australiano, Alexander Downer, referindo que o primeiro ministro timorense, Mari Alkatiri, e o ministro dos estrangeiros, José Ramos Horta tinham concordado com a assinatura oficial no próximo mês.
Os detalhes financeiros do acordo não serão divulgados até essa altura.
O ministro dos estrangeiros australiano, Alexander Downer insistiu em que o acordo constitui um bom resultado para o governo de Dili.
Parece, no entanto que as negociações sobre a fronteira marítima foram resolvidas, estando contidas no tratado sobre petróleo e gás.
‘Timor Leste vai continuar a receber noventa por cento das receitas provenientes da produção da zona de desenvolvimento conjunta. Aos preços correntes, as receitas da zona só por si podem rondar os catorze e meio mil milhões de dólares americanos para Timor Leste e durante os próximos vinte anos, uma media diária de cerca de dois milhões de dólares’.
As negociações formais para a demarcação da fronteira marítima iniciaram-se em Abril de 2004, em Díli, mas o impasse que persistiu ao longo de duas rondas levou os responsáveis dos dois países a procurarem a chamada solução criativa.
A solução criativa assentava na suspensão da negociação da fronteira por 40 a 50 anos e na partilha das receitas petrolíferas em partes iguais.
A disputa estalou quando a Austrália, que abandonou em 2002 a Comissão Internacional do Direito Marítimo, insistiu em considerar a linha da fronteira traçada a partir da plataforma continental, e que tinha sido acordada na década de 1970 com a Indonésia.
Aquele traçado atribuía à Austrália dois terços da área em causa, incluindo 80 por cento do poço petrolífero mais valioso do Mar de Timor.