Milhares de apoiantes afluíram ao aeroporto principal do Uganda, na quarta-feira, para receberem o antigo líder oposicionista, Kizza Besigye, que regressava do exílio, e que largamente se acredita ser a melhor esperança da oposição contra o regime de 20 anos do Presidente Yoweri Museveni.
Besigye regressa ao Uganda num clima de maior abertura política no país. O governo de Museveni, que vai pelo nome de Movimento, mudou no principio do ano a sua postura, autorizando mais uma vez a formação de partidos da oposição no Uganda.
Este mês, num gesto de reconciliação, o governo ugandês autorizou o retorno dos restos mortais do ex-presidente Milton Obote, que morrera no exilio, para ser enterrado na sua terra natal, ao norte do Uganda.
Reagan Okumu, coordenador-adjunto do Fórum Para a Mudança Democrática, fez as seguintes declarações à Voz da América, via telefónica, desde a capital Ugandesa, Kampala, onde Besigye lançou a sua campanha eleitoral:
’...sou de opinião que o povo ugandês olha para Besigye como sendo a esperança do futuro do Uganda, tendo a melhor oportunidade para estabelecer a ponte entre alguns dos aderentes do Movimento de Museveni e membros da oposição, representando desta forma a melhor esperança para a democratização do país...’
Kizza Besigye e o Presidente Museveni não foram sempre rivais. Besigye foi o médico de Museveni, os dois foram amigos e aliados políticos, na altura em que Museveni se revoltou numa tentativa para depor o ditador Idi Amin.
Mas uma vez no poder, as suas carreiras políticas divergiram, e a sua amizade também terminou, passando Besigye à oposição contra Museveni desde a década dos 90.
Besigye candidatou-se contra o seu antigo amigo nas presidenciais de 2001,fugindo para o exílio depois da sua derrota, receando represálias.
Apoiantes de Besigye ,que tem estado a viver na África do Sul, estão preocupados quanto à eventualidade das autoridades ugandesas prenderem o seu líder sob alegações de actividades criminosas, entre as quais o seu apoio ao movimento rebelde armado.