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O presidente Bush escolheu um adjunto de longa data


O presidente Bush escolheu um adjunto de longa data, a conselheira da Casa Branca, Harriet Miers, para preencher a segunda das duas vagas no Supremo Tribunal de Justiça.

Harriet Miers, de 60 anos de idade, teve uma longa carreira de advogada no Texas antes de passar a trabalhar com Bush, quando era governador do Texas na década de noventa.

Miers foi designada para substituir a Juíza Sandra Day O’Connor que se vai reformar, alias a primeira mulher a integrar o Supremo Tribunal. A Juíza O’Connor tem sido uma voz moderada, e essencial, no seio do tribunal, e os democratas na oposição indicaram que vão se opor a qualquer tentativa do presidente de a substituir por uma ideóloga conservadora.

Miers é descrita pelos colegas com sendo extremamente leal ao presidente, alguém que trabalha durante muitas horas, mas que prefere manter-se afastada das atenções do publico.

Esta atitude ira alterar-se durante as audiências de confirmação perante a comissão judicial do Senado, um teste que afirma estar preparada para enfrentar.

‘Se for confirmada, reconheço que terei uma tremenda responsabilidade para manter o sistema judicial forte, e contribuir para que o tribunal cumpra as suas obrigações na aplicação estrita das leis e da Constituição.’

Os democratas, na oposição, adoptaram uma atitude positiva e cautelosa.

O democrata de Nova Iorque, Charles Schumer, que integra a comissão judicial do Senado, sustenta que o povo americano conhece ainda menos sobre Harriet Miers do que conhecia sobre John Roberts, recentemente confirmado pelo Senado.

O senador Schumer acrescenta que os democratas vão interrogar Harriet Miers, e que o presidente teria feito um favor a si próprio ao não designar para o tribunal aquilo que denominou de conservadora extremista.

‘Espero que o presidente compreenda, que no segundo mandato ... que os seus pontos de vista da ala extrema do seu partido não são os pontos de vista do povo americano, tal como os pontos de vista da ala esquerda dos democratas não são os pontos de vista do povo americano.’

Os senadores republicanos esperam que Miers seja objecto de perguntas muito duras, mas desejam que as audiências decorram com o respeito em que decorreram as de John Roberts.

Alguns democratas questionam as qualificações de Harriet Miers, acentuando não possuir experiência como juiz. Historicamente, no entanto, vários juizes têm servido no Supremo, sem terem qualquer experiência judicial. O senador democrata Harry Leid refere gostar do facto de Miers ter experiência como advogada, e não como juíza.

A falta de experiência judicial de Miers significa a não existência de acórdãos que os democratas na oposição possam dissecar durante as audiências de confirmação.

Davida Yalof especialista de Legislação e Política na Universidade de Connecticut

‘Uma das razões por que Harriet Miers foi escolhida reside no facto de ser um alvo difícil de abordar, se for um senador democrata. Vai ser difícil afirmar que se trata de uma ideóloga judicial, pois não existem provas.’

Alguns analistas foram surpreendidos pela nomeação de Miers. Jonatham Turley, especialista de legislação constitucional da Universidade de George Washington, que o presidente poderia virar-se para outros conhecidos juristas conservadores para substituir a juiza O’Connor.

‘Simplesmente incrível que o presidente tenha deixado de lado muitos intelectuais, pessoas conhecidas como sendo as estrelas do campo legal conservador, e tenha escolhido a sua advogada pessoal.’

Os grupos liberais insistem com os Senadores democratas para que pressionam Harriet Miers no sentido de obter respostas durante as audiências. As analises por parte dos grupos conservadores têm sido mistos, alguns elogiando a escolha, e outros questionando se será suficientemente conservadora, especialmente no que respeita ao aborto.

John Fortier especialista político do Instituto Empresarial Americano aqui em Washington

‘Penso que seja uma figura muito menos controversa do que outras que Bush poderia ter designado. Não será por isso uma super batalha, uma que fique para a historia das grandes nomeações judiciais controversas de todos os tempos.’

Os dirigentes republicanos no Senado esperam que seja realizada uma votação sobre a confirmação de Harriet Miers em finais do mês Novembro.

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