O presidente Bush exortou os iraquianos a apoiar o processo constitucional, agora que o rascunho final daquele documento foi apresentado ao Parlamento. Ao mesmo tempo, Bush reconheceu a oposição existente no âmbito da comunidade árabe sunita e a forte probabilidade de um aumento da violência nos próximos meses.
O presidente Bush a firma que o processo político iraquiano entra agora numa nova fase, quando o povo começa a avaliar a sua constituição elaborada pelos seus líderes políticos: ”É importante que todos os iraquianos se envolvam agora activamente no processo constitucional debatendo os méritos deste importante documento e tomando uma decisão informada no dia 15 de Outubro”.
Nesta data, espera-se que os iraquianos participem num referendo constitucional. Existe a preocupação de que a comunidade árabe sunita, que, em larga medida, boicotou as eleições de Janeiro, possa vir a votar contra a Constituição. Se dois terços dos votantes em três províncias iraquianas votarem contra a Constituição esta será chumbada. Os árabes sunitas têm uma maioria em, pelo menos, quatro das 18 províncias iraquianas.
O presidente Bush sublinhou, a propósito, que o debate de ideias e o desacordo fazem parte do processo democrático. E exortou todos os iraquianos a analisarem minuciosamente o documento, considerando os seus méritos antes de votar: ”Nós reconhecemos haver, por exemplo, uma separação entre os sunitas. E, ao fim e ao cabo, suspeito que iremos encontrar shiitas que discordam da Constituição e shiitas que apoiam a Constituição. E talvez haja curdos preocupados com a Constituição. Por outras palavras, nós estamos a observar a desenrolar-se um processo político.”
Falando a jornalistas, no seu rancho no Texas, Bush reconheceu que, à medida que o processo avançar e a democracia lançar raízes, os rebeldes no Iraque irão ficar mais desesperados e mais vingativos: ”Podemos esperar que essas atrocidades aumentem nos meses mais próximos porque o inimigo sabe que a sua maior derrota reside na liberdade do povo se expressar e de livremente aplicar as leis e de poder votar”.
GW Bush prometeu que os EUA irão continuar a apoiar o povo iraquiano, afirmando que é no interesse da América lançar os fundamentos da paz. Bush disse ainda que, ao elaborarem a sua Constituição, os iraquianos provaram, uma vez mais, que podem fazer frente a qualquer desafio que lhes seja colocado.