As conversações da Cruz Vermelha, as primeiras em quase dois anos, estiveram centradas na melhoria das condições para as famílias separadas pela guerra da Coreia.
O sul não conseguiu, no entanto, obter qualquer informação relativamente a centenas de soldados e civis que sustenta se encontravam cativos na Coreia do Norte.
Quando as hostilidades do conflito terminaram em 1953, milhares de soldados sul coreanos tinham sido feitos cativos pela Coreia do Norte, e os poucos que conseguiram escapar desde então sustentam que os sul coreanos são utilizados em trabalhos forçados.
Seul sustenta que mais de 500 prisioneiros ainda se encontram vivos, no Norte, e o governo sublinha que Pyongyang detêm cerca de 480 civis, raptados no decurso dos últimos cinquenta anos.
Park Young-Ho, que trabalha para o Instituto Coreano para a Unificação Nacional, sustenta que a questão é emocional para a Coreia do Sul, existindo intensa pressão sobre o governo para que obtenha uma resolução.
Refere Young Ho ser esta a razão pela qual o governo sul coreano tem mantido o assunto no topo da agenda com a Coreia do Norte.
Park acrescenta que Seul evita uma confrontação directa com a Coreia do Norte sobre os presos, tendo os delegados sul coreanos tido cuidado em não utilizar expressões com prisioneiros de guerra ou sequestrados.
O objectivo era o de assegurar uma reunião familiar para os sul coreanos desaparecidos, e não forçar Pyongyang a admitir qualquer erro.
Apesar disso, as conversações parecem ter entrado num impasse após a Coreia do Norte se ter recusado a admitir qualquer género de reuniões especiais.
A Coreia do Norte desmente manter quaisquer presos de guerra e nunca ter raptado sul coreanos, e a sua delegação terá recusado a debater casos não ligados directamente a guerra da Coreia.
No passado, no entanto, a Coreia do Norte admitiu ter sequestrado vários civis japoneses, utilizando-os para ensinar espiões. Cinco desses detidos foram autorizados a regressar ao Japão há poucos anos, mas Pyongyang sustenta que os restantes morreram.
A Coreia do Sul revelou que os seus delegados foram capazes de negociar acordos para mais reuniões de famílias separadas, desde o conflito, nos dois lados da fronteira, a maioria das quais não tem tido qualquer contacto com os familiares há mais de 50 anos.
Os delegados anunciaram planos para novas conferencias por vídeo entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul para reunir as famílias separadas.
Os responsáveis debateram igualmente formas de melhorar as trocas de correio entre as famílias.