O Fundo Monetário Internacional avisou São Tomé e Príncipe para evitar no futuro quaisquer aumentos dos salários da função publica, lembrando que os futuros rendimentos do petróleo do pais são ainda o que descreveu de ”uma incerteza”. O FMI avisa que a produção de petróleo em São Tome só poderá começar no mínimo dentro de sete anos.
Num comunicado emitido no fim de semana o FMI anunciou ter aprovado 4 milhões e 300 mil dólares de ajuda durante um período de três anos ao abrigo do programa de redução de pobreza e crescimento para ajudar os programas de reforma económica do governo.
O FMI disse no entanto que a concessão de fundos a São Tomé não deve exceder 1 milhão e 900 mil dólares ate 31 de Julho de 2006, algo que analistas consideraram como um sinal de que a performance económica do pais continuará a ser seguida com muita atenção.
Numa declaração acompanhando o anuncio da concessão de fundos, o vice director administrativo do FMI, Augustin Carstens saudou o governo são tomense pelo que disse ser ”acções tomadas para fazer face ao relaxamento da política fiscal e ao rápido crescimento de credito que tinham levado a um aumento da inflação em 2004”.
Para Carstens o programa económico 2005/2007 “fornece uma base solida para o ambiente estável macro-económico necessário para se alcançar a ambiciosa agenda de reforma elaborada no documento sobre a estratégia de redução de pobreza” do governo são tomense.
“A consolidação fiscal que vai requerer controlar as expectativas alimentadas pela perspectiva de riquezas petrolíferas, acompanhada pela protecção dos gastos a favor dos pobres, permaneceu elemento essencial da estabilização macro-económica,” disse o vice director administrativo do FMI.
Esse dirigente do FMI disse ainda novas fontes de rendimento incorporadas no orçamento deste ano, reformas dos códigos fiscal e na administração fiscal e alivio da divida tornarão possível “alcançar as prioridades de despesas” previstas no programa do governo São tomense.
Numa referencia a recente greve da função publica que levou a aumentos salariais Carstens disse contudo que “os contínuos grandes aumentos” das despesas salariais do funcionalismo publico “são uma questão de preocupação”.
“Neste contexto os aumentos salariais concedidos em 2005 deve ser vistos como uma excepção e quaisquer outros aumentos salariais ad-hoc devem ser evitados no futuro,” acrescentou.
Carstens disse que o governo tem que resolver a “Posição financeira frágil” da companhia de electricidade e aguas e saudou as autoridades por terem aprovado alei sobre administração dos rendimentos de petróleo e a decisão do governo e participar na Iniciativa de Transparência para as Industrias Extractivas.
Num documento dado a conhecer ao mesmo tempo detalhando a situação financeira e económica de São Tome e Príncipe o FMI avisa que embora depósito de petróleo e gás tenham sido descobertos ao largo de São Tomé “rendimentos desses depósitos – embora potencialmente altos – são ainda uma incerteza”.
O FMI diz que a produção “não deverá começar antes de 2012”.