O rei Fahd bin Abdul Aziz tomou as rédeas do negócio da família conhecido por Arábia Saudita em 1982, 50 anos depois do seu pai, o lendário rei Abdul Aziz al-Saud, ter unificado as tribos da área como uma nação moderna.
A descoberta de petróleo nos anos 30, catapultou o conservador pais islâmico para o século 20. As receitas do petróleo geraram um “boom” na construção civil e transformaram o reino numa potência económica.
Thomas Lippman, um escritor e académico, no Instituto do Médio Oriente em Washington DC, afirmou que um dos maiores feitos do rei Fahd foi a sua capacidade em conduzir com segurança a Arábia Saudita através de alguns tempos extremamente perigosos numa região instável.
“Por isso, de uma maneira ou de outra, Fahd trabalhou para manter o equilíbrio regional de uma forma que mantivesse a estabilidade na Arábia Saudita, excepto claro esta, para seu desgosto, de ter de convidar os Estados Unidos a ajudar a proteger o país, depois da invasão do Iraque ao Kuwait.”
O convite feito a não-muçulmanos para se estabelecerem na Arábia Saudita, terra considerada o local de nascimento do Islão, ultrajou extremistas islâmicos, incluindo o cidadão saudita Osama bin Laden. Bin Laden citou as tropas americanas como a principal provocação quando atacou os Estados Unidos em 2001, e posteriormente a própria Arábia Saudita.
Desde então, a Arábia Saudita tem punido os extremistas no reino e tem sido um parceiro activo na guerra global contra o terrorismo.
O antigo embaixador dos Estados Unidos nos Emirados Árabes Unidos, David Mack, prevê que irá haver uma transição calma do poder para o novo rei.
“Existem muitas pessoas que pensam que com a morte do rei Fahd, o príncipe herdeiro Abdullah irá agir de uma forma mais peremptória no que diz respeito a reformas internas, tais como a concessão de direitos às mulheres, progresso em direcção a um certo tipo de instituições políticas eleitas, grandes reformas económicas, jurídicas e também educacionais.”
O embaixador Mack afirmou que a parte mais notável do legado do rei Fahd foi o seu relacionamento estreito com os Estados Unidos e o Ocidente. Acrescentou que em muitos sentidos ele foi um monarca modernizador, que estava em sintonia com as ideias de progresso, mas teve de se conter devido a oposição interna de partes importantes do “establishment” saudita.