Democratas, no Congresso dos EUA, exortaram o presidente Bush a demitir um dos seus conselheiros mais próximos em ligação com uma informação classificada passada a jornalistas, há dois anos, identificando uma agente operacional da CIA. Depois de ter inicialmente defendido o seu conselheiro Carl Rove, funcionários da Casa Branca recusam-se agora a comentar uma investigação criminal em curso para tentar esclarecer o caso.
Vários congressistas na oposição afirmam que Carl Rove deveria dizer o que sabe perante o Congresso ou demitir-se do cargo de chefe de gabinete adjunto do presidente Bush.
O advogado de Rove reconheceu que o seu cliente falou confidencialmente com um repórter, há dois anos, citando a agente da CIA Valerie Plame, mas Rove disse não a ter identificado pelo nome.
Divulgar o nome de um agente da CIA na clandestinidade é um crime federal. Um investigador especial tem estado a tentar averiguar quem é que, na Casa Branca, revelou a identidade de Valerie Plame ao colunista Robert Novak. Plame é casada com o antigo embaixador Joseph Wilson. Antes da guerra no Iraque ter começado, Wilson questionou publicamente a afirmação do presidente Bush de que Saddam Hussein tentara comprar urânio num país africano. O antigo embaixador afirma que a revelação do nome da sua mulher foi feita pela Casa Branca como retaliação.
Os democratas estão agora a aumentar a pressão sobre a Casa Branca exigindo que Carl Rove deponha perante o Congresso ou se demita, recordando que o presidente prometeu demitir quem quer que fosse que tenha voluntariamente divulgado aquela informação. O congressista Robert Menendez, um democrata pelo Estado de Noiva Jérsia afirma que”a Casa Branca não deveria ajudar a esconder aqueles que revelaram o nome de uma agente secreta da CIA que trabalha para o seu país e o defende do perigo´´. Disse Menendez:´´Chegou portanto a altura de Carl Rove se demitir”:
Os senadores John Kerry, do Massachussets, e Hilary Clinton, de NY, também defenderam que Rove deverá ser demitido.
Na terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, foi questionado insistentemente acerca do papel de Carl Rove.
McClellan disse que o presidente continua a ter confiança em Carl Rove, um dos seus principais conselheiros políticos que trabalha com Bush desde os seus tempos de governador do Texas: ”O presidente diz querer uma investigação profunda deste caso. Queremos ver as conclusões deste inquérito. A melhor maneira de ajudarmos a investigação a chegar a uma conclusão é, no meu caso, não debater o caso a partir deste pódio. Eu penso que isso não irá ajudar a avançar a investigação.”
Mas, os democratas notam que a resposta de McClellan sobre aquela mesma questão, em Setembro de 2003, dois meses depois de ter sido revelado o nome de Valery Plame, foi diferente.
O advogado de Carl Rove alega que o seu cliente não fez nada de errado porque nunca identificou Plame pelo nome quando falou com o jornalista Matthew Cooper da revista Time.