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Jornais Americanos com os Olhos da Cimeira dos G-8


Nesta edição de África na Imprensa americana destaque para a Cimeira dos G-8 que arranca esta semana na Escócia.

O NYT dedica-lhe um editorial na sua edição de domingo. Sob o título, ”África na Cimeira” o editorialista observa que iremos ver se o presidente Bush tem a visão e a compaixão para corresponder aos desafios que lhe foram colocados pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, aproveitando uma oportunidade histórica para melhorar radicalmente as perspectivas de vida de milhões de seres humanos em África.

Lê-se no editorial do ”NYT”:
”África não está à espera de esmolas. Está à espera de ajuda para aproveitar o seu capital humano, as suas infra-estruturas físicas e a sua capacidade governamental que são indispensáveis para o desenvolvimento moderno. Os pobres de África estão a pedir aos países ricos do mundo um bilhete de acesso no mundo moderno. A América, o país mais rico do mundo, irá trair os seus valores e a sua humanidade se o não o fizer”.


O editorialista do NYT reconhece, no entanto, que o presidente GW Bush tem estado mais atento aos problemas de África do que os seu antecessores mais recentes na Casa Branca. E nota o seu empenhamento na luta contra a SIDA e contra a malária e a criação da Conta do Desafio do Milénio para premiar os países africanos mais bem governados.A este propósito escreve o editorialista:
”Os doadores têm que se assegurar de que os governos africano serão responsabilizados pela forma como irão gastar o dinheiro da ajuda. Os países ocidentais podem combater a corrupção exortando as suas empresas a uma maior transparência nos pagamentos que fazem aos governos africanos nas suas compras de petróleo, diamantes e de outros produtos valiosos e pressionando também os bancos ocidentais a vigiarem melhor depósitos suspeitos e transferências de fundos”.

Por seu lado, elementos das agência de ajuda humanitária, na África do Sul, saudaram a promessa do presidente Bush de duplicar a ajuda a África nos próximos cinco anos. Escreve a correspondente do ”Washington Post”, Alexandra Zavis, que a oferta de dinheiro por si só não irá resolver os problemas do continente africano e cita, a propósito o director do Instituto Sul-Africano para as Questões Internacionais, Greg Mills:
”Tem que ser criado o ambiente favorável no âmbito do qual a ajuda possa ter oportunidade para vingar e favorecer a mudança”.

Analistas citados pelo ”Post” referem que a boa governação por parte dos líderes africanos e políticas comerciais justas relativamente ao continente africano são igualmente elementos chave.

O jornal ”Christian Science Monitor” publicava no domingo um trabalho a propósito do concerto ”Live-8” que decorreu em dez diferentes cidades do mundo. Os correspondentes do ”Monitor” foram ouvir espectadores que participaram em concertos realizados em Filadélfia, em Londres e em Roma. E ouviram também oito pessoas no Senegal e na Nigéria, dois dos países africano mais individados.

Em síntese, os dois grupos revelaram ter prioridades diferentes. Quase todos os ocidentais mencionaram o combate à SIDA como a principal prioridade, enquanto apenas um só africano lhe tenha feito referência. Para a maioria dos africanos a questão da pobreza é a principal preocupação e a maioria deles quer investimento em vez de ajuda.

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