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INFLAÇãO E PREÇOS DESCEM PARA NÍVEIS RECORDES


Poucos angolanos saberão, e muitos poucos ou quase nenhuns terão dado conta, mas a verdade é que o índice de preços no consumidor de Luanda, mercado que comanda a economia angolana registou consecutivamente nos 3 últimos meses, os melhores resultados dos últimos 10 anos! Ao mesmo tempo a taxa de inflação homóloga continua a descer a um ritmo que segundo peritos poderá, salvo grandes imprevistos ficar abaixo de 1dígito, o que não acontece há mais de 20 anos.

Mesmo que pouco quase nada signifiquem para os consumidores, estes resultados são segundo fontes oficiais angolanas ganhos consideráveis. “Quem quer acabar com a inflação tem que começar por algum lado”, disse fonte oficial angolana.

Números revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, INE indicam uma variação de 1.29 por cento no nível geral de preços no consumidor da cidade de Luanda , entre Abril e Maio de 2005, sendo que a variação mais acentuada, de 2.16 foi registada na classe de alimentação e bebidas não alcoólicas. O IPC de Fevereiro foi o mais elevado atingindo 2.04 contra 1.94 de Janeiro.

Funcionários angolanos disseram à Voz da América que esta variação deveu-se ao facto de após as despesas de fim de ano, e um aparente esvaziamento de bolsos em Janeiro, registar-se a cada mês de Fevereiro uma espécie de recuperação da voracidade dos consumidores.

O IPC voltou aos padrões normais em Março com 1.96 por cento . Em Abril registou 1.43 enquanto que em Maio desceu para 1.29, as melhores performances da última década.

A combinação destes e de outros valores colocam a taxa de inflação homóloga de Maio em 23.11 o que reflecte uma descida de 9 pontos em relação à verificada em Dezembro de 2004 que se situou em 31.02 .

A descida inflacionária observada desde a nomeação da nova equipa económica em Dezembro de 2003, registou em Janeiro deste ano à cifra de 29.58 porcento , descendo consecutivamente para 28.46 em Fevereiro, 28.20 em Março, 27.01 por cento em Abril, e 23.11 por cento em Maio todos eles números referentes à inflação homóloga.

As comparações apresentadas pelo Instituto Nacional de Estatística na nota de imprensa de 5 de Junho, revelam que em Maio de 2004 a taxa de inflação homóloga era de 48.99, sendo que um ano antes, isto é em Maio de 2003 era de 110.70.

Observadores em Luanda admitem que esta tendência regressiva da inflação embora resultado das políticas angolanas terá beneficiado em parte da execução moderada de programas de investimentos públicos, que terão sempre reflexos na “criação de postos de trabalho,circulação de dinheiro e por conseguinte no aumento do consumo”.

Entretanto fontes angolanas notam antes de mais que se trata de um programa executado exclusivamente com fundos angolanos .“Os resultados que se vêem aqui são resultado de políticas de maximização de variantes , e de oportunidades”.

Entre as opções constam a decisão de se apostar no aumento das receitas fiscais, alteração das políticas monetárias e orçamentais, e a exploração eficiente do aumento do preço do petróleo no mercado mundial.

Falando a propósito do crescimento da economia angolana fonte oficial contactada pela Voz da América disse que os níveis de crescimento de Angola serão em parte ditados pela oferta. “Precisamos aumentar os níveis de crescimentos, e se não actuarmos no lado da oferta, as despesas aumentarão e a estabilidade que procuramos continuará adiada”. Terá concorrido também para isso a estabilidade ao nível do próprio governo, pois pela primeira vez em mais de dois anos que José Eduardo dos santos não mexe na sua equipa económica. De igual modo pela primeira vez em mais de 10 anos também um ministro das Finanças consegue conceber e ver aprovados dois orçamentos.

Estes ganhos, bem como o desempenho da economia angolana não produziram ainda assim o efeito aproximador com o Fundo Monetário Internacional.

A última missão do Fundo Monetário despachada para Luanda em Abril como muitas outras para negociar um acordo para um para negociar programa com Angola deixou Luanda de mãos a abanar. Apesar do insucesso das últimas consultas, a Voz da América soube que as duas partes concordaram em conversar na próxima semana , por altura da visita aos Estados Unidos do ministro-adjunto do primeiro-ministro Aguinaldo Jaime, que vai representar Angola na reunião anual do Corporate Council on Africa marcado para Baltimore, Maryland, cerca de 50 quilómetros de Washington.

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