Os apoiantes do deposto ex-presidente eleito Kumba Yalá acusam os outros candidatos de misturarem a religião com a política, enquanto o próprio Kumba Yala tem sido acusado de tribalismo.
Apôs ter ocupado brevemente o palácio presidencial, o controverso líder do Partido da Renovação Social, regressou à campanha para a eleição do próximo dia 19 de Junho. Mas Yalá alega que as listas de voto estão adulteradas.
O Secretário-geral do partido, Artur Sanhá, disse à Voz da América que de acordo com as suas próprias pesquisas, o partido achou que as listas contém nomes de eleitores registados mais do que a população em determinadas zonas e que, entretanto, nos baluartes de apoio a Kumba Yalá, mais nomes estão a ser apagados das listas.
Nas eleições de 1999,Kumba Yalá venceu esmagadoramente o seu adversário, Malam Bacai Sanhá, mas Kumba Yalá viria a ser derrubado num golpe militar sem derramamento de sangue entre alegações de corrupção, em 2003.
Desta feita, porém, Bacai Sanhá, candidato do PAIGCV, Partido Africano Para a Independência da Guiné e Cabo Verde, parece ser mais popular.
Os seus comícios têm sido assinalados por apelos a estabilidade com o partido no poder. Afirma Sanhá que poderá ganhar a maioria nas próximas eleições de 19 de Junho, evitando, desta feita, a segunda volta, três semanas mais tarde.
Mas o candidato independente, o ex-governante militar João Bernardo ”Nino” Vieira, está a atrair o voto das camadas de jovens frustrados, que antes tinham votado por Kumba Yalá:
Neste comício, ao norte da capital, Bissau,Nino Vieira afirma ser o candidato que poderá fornecer água potável, restaurar a energia eléctrica e reparar as estradas do país.
Muitos eleitores entrevistados afirmam que desejam que a eleição indique um novo começo, depois de anos de instabilidade e pobreza na ex-colonia portuguesa.
Palavras de uma eleitora...paz, estabilidade e prosperidade na Guiné.