A Austrália assinalou hoje o fim da sua missão de manutenção da paz em Timor Leste ao entregar o controlo da base militar de Moleana ao governo leste timorense, numa cerimónia presenciada por oficiais do exército de ambos os países.
A Austrália enviou tropas para Timor Leste em 1999 depois de milícias pro-indonésias, muitas delas apoiadas por militares indonésios, terem espalhado a violência no território depois dos leste timorenses terem votado a favor da independência, num referendo organizado pelas Nações Unidas.
Mais de mil pessoas morreram na violência, que terminou somente depois das Nações Unidas terem enviado para Timor Leste uma força de manutenção de paz liderada pela Austrália.
Nelson Santos, secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Timor Leste, afirmou que o governo de Dili gostaria que as tropas australianas tivessem permanecido mais tempo no país.
“Elas trouxeram ao país a paz e estabilidade e a confiança as pessoas. E quanto mais tempo ficassem, mais tempo teríamos para treinar a nossa policia, melhorar áreas onde estamos fracos, enfim, a sua presença ter-nos-ia dado mais tempo para melhorarmos. Contudo, pensamos não ser muito dramático, o facto das operações de manutenção da paz terem chegado ao fim.”
Nelson Santos sublinhou ainda que a retirada das tropas australianas não significa o fim da presença das Nações Unidas em Timor Leste.
“Não é o fim das Nações Unidas. Ficarão ainda em Timor Leste cerca de 45 conselheiros policiais e uma serie de conselheiros militares que vão treinar a policia e as forças de defesa, com vista a aumentar as suas capacidades.”
O papel dirigente da Austrália na missão das Nações Unidas causou uma fractura com a Indonésia que apenas recentemente começou a sarar.
As relações entre Canberra e Jacarta melhoraram após a ajuda australiana após os atentados bombistas de 2002 na ilha de Bali e o tsunami no final do ano passado.