A Secretaria de Estado americana, Condoleeza Rice, que se deverá encontrar com enviados iranianos ainda este mês, para conjuntamente analisarem a situação no Iraque, disse esperar que o Irão manifeste disponibilidade em apoiar o processo de estabilização e da democratização no Iraque, evitando interferir nos assuntos internos daquele país vizinho.
Rice debateu, na quarta-feira o agendado encontro com os iranianos, com funcionários da União Europeia.
O Irão foi convidado para a conferencia ministerial sobre o futuro do Iraque a ter lugar a 22 de Junho próximo, uma iniciativa patrocinada pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Caso Teerão se faça representar no encontro, não seria a primeira vez que os dois países participariam em reuniões internacionais versando a situação no Iraque, apesar da inexistência de relações formais entre os Estados Unidos e o Irão.
Numa conferencia de imprensa em conjunto com funcionários europeus, a Secretaria de Estado americana, disse que o Irão e um país que não tem estado a acompanhar a postura das demais nações do Médio Oriente, através do seu apoio declarado a facções palestinianas, ao Hezbolah, que opera no Líbano, a par do seu programa nuclear.
Rice salientou, entretanto, que os Estados Unidos entendem que o Irão, na qualidade de vizinho do Iraque, deveria colocar toda a sua influencia no sentido da estabilização daquele país vizinho, em vez de contribuir ainda mais para a sua desestabilização.
Disse Rice :´´Gostariamos de ver o Irão devotar-se a estabilidade do Iraque, a não tentar interferir nos assuntos internos do Iraque mas, sim, apoiando o seu desenvolvimento por forma a que se consiga um Iraque estável e democrático. Mas, convém ainda dizer que eu nunca acreditei que o povo iraquiano, que conseguiu destituir o ditador Saddam Hussein vá agora aceitar submeter-se as determinações do Conselho dos Guardiões do Irao.´´
Condoleeza Rice relembrou, ainda, que o Conselho dos Guardiões não e nada mais do que o painel de clérigos e juristas que tem sempre a ultima palavra a dizer em tudo que diga respeito a assuntos legislativos e eleitorais no Irão e que recentemente rejeitaram a candidatura de centenas de potenciais candidatos as eleicoes iranianas . Face a esta realdade e para Rice, o quadro político no Irão esta longe de ser animador.
A governante americana fez estes comentários numa conferencia de imprensa, que também serviu para uma abordagem do recente comportamento dos eleitores franceses e holandeses no referendo sobre a nova constituição europeia.
Na conferencia conjunta, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo e actual presidente da União Europeia, Jean Asselborn, disse que continua a acreditar ser ainda possível salvar a constituição europeia e manifestou-se optimista quanto a possibilidade dos resultados do referendo sobre mesma constituição agendada para 10 de Julho próximo no seu próprio pais, poderem vir a inverter a tendência negativa do eleitorado na Europa.
A diplomata austríaca e membro e comissária das Relações Externas da União Europeia, Benita Ferrero Waldner defendeu, por seu lado, que o ´´não´´ da Holanda e da Franca não diminuiu a capacidade da União Europeia de condução da politica externa.
Afirmou Ferrero-Waldner :´´Concerteza, a votação na Franca e, agora, mais particularmente na Holanda, são sinais importantes de um serio revés. Mas, ao mesmo tempo, continuamos a trabalhar e nada nos pode evitar de levar a cabo uma importante trabalho em parceria com os Estados Unidos e penso que esta reunião é prova disso. Estamos dispostos a trabalhar conjuntamente, tal como fizemos no passado.´´
As conversações versaram igualmente os planos da próxima cimeira Estados Unidos/Europa de Washington e agendada para finais do mês em curso.
Um encontro que se espera venha a servir para o debate dos esforços de paz israelo/palestiniano em curso, da situação no Líbano, incluindo o assassinato do proeminente jornalista libanês, Samir Kassi, vítima de um atentado com um carro armadilhado.
Tanto a Secretária de Estado americana, Condoleeza Rice como o responsável pela política externa da União Europeia, Javier Solana apelaram a investigações do que consideraram de um acto cobarde que terá sido, concebido para intimidar o povo libanês.