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Legisladores americanos instaram a Etiopia e a Eritreia


Legisladores americanos instaram a Etiópia e a Eritréia a porem de lado as suas divergências e a trabalharem no sentido da estabilidade e da prosperidade económica da região do Corno de África.

Este apelo dos congressistas americanos foi feito ontem durante as audiências do Congresso que estiveram centradas nos dois países africanos.

Com a Etiópia e a Eritréia envolvidos numa disputa fronteiriça e ambos fazendo em face de duras criticas face as constantes denuncias de violações dos direitos humanos e com a fome a ameaçar a região, congressistas e especialistas reuniram-se no Capitoll Hill, o edifício do congresso americano, para uma avaliação da situação naqueles dois países do Corno de África.

Os Estados Unidos instaram a propósito o governo de Adis Abeba e de Asmara a resolverem o litígio fronteiriço com base nos acordos de 2000 da capital argelina, Argel, acordo esse que pôs fim a dois anos de uma guerra fronteiriça que custou a vida a mais de cem mil pessoas.

David Shinn, ex embaixador dos Estados Unidos na Etiópia, actualmente professor da Universidade George Washington garante que nenhum dos países tem um aparente interesse em enveredar pela guerra.

Shinn justifica esta ideia, pelo facto de ambos dos governos, o de Asmara e de Adis Abeba estarem sob um intenso criticismo interno por parte das respectivas opiniões publicas, enquanto tentam discretamente resolver o contencioso.

"Está-se no ponto onde apenas as negociações discretas de bastidores, preferencialmente assistido por funcionários de uma terceira parte a ambos os governos, medianeiros... que ajudam na busca de uma solução ... e se não fossem discretas e de bastidores, sem debates públicos, não creio que esses contactos seriam possíveis."

Dom Yamamoto, assistente do secretario de estado para os assuntos africanos e da opinião que a disputa fronteiriça entre a Etiópia e a Eritréia continua representando um dos assuntos críticos no quadro dos esforços dos Estados Unidos para evitar que os dois países enveredem de novo pela guerra.

"A fronteira continua sendo o pomo da discórdia e ambos os governos estão a rearmar-se. Apesar de não se estar perante uma corrida para a guerra, a possibilidade de um conflito é iminente e seria problemático. Apesar dos nossos melhores esforços em separar os nossos interesses bilaterais da disputa fronteiriça, devo dizer que sobre as nossas relações com os dois governos paira uma nuvem negra."

Nos últimos anos a Etiópia e a Eritréia tem vindo a ser citados de frequentes violações dos direitos humanos e de repressão dos jornalistas.

Michael Clough, director em exercício da organização activista dos Direitos Humanos, a Human Rights Watch, diz que o governo da Eritréia falhou na implementação de reformas constitucionais e teima em fazer perpetuar determinadas políticas que tem contribuído para perpetuar o ambiente de repressão.

"Detenções arbitrárias, prisões por períodos que extravasam o prazo legal e sem julgamento não tem estado limitados a lideres políticos. Jornalistas foram igualmente detidos e o governo mantêm de momento detido cerca de 350 eritreus que fugiram da Eritréia mas que foram involuntariamente repatriados. A situação dos direitos humanos na Eritréia é extremamente degradante e não existem sinais de mudanças."

O congressista Chris Smith, líder do sub comité da Câmara dos Representantes deplorou a situação de violação dos direitos humanos em ambos os países e apelou os dois governos a atenuarem a tensão e a resolverem o conflito fronteiriço pela via do dialogo.

"Tanto a Eritréia como a Etiópia tornam-se mais vulneráveis a conflitos internos, pela sua incapacidade de fazerem em face de muitos outros problemas de índole doméstico, caso venha a estalar-se um novo conflito fronteiriço .. Isso não serve os interesses a curto prazo dos dois países, nem os interesses estratégicos a longo prazo, dos Estados Unidos."

O congressista Chris Smith espera entretanto que Washington conceba o que chamou de políticas mais efectivas para com os dois países do Corno de África e salientou ainda que os legisladores americanos esperam que as próximas eleições na Etiópia agendadas para 15 de Maio próximo, venham a ser livres e transparentes.

Por seu lado o congressista, Donald Payne, que tem pessoalmente mantido contactos com o lideres da Etiópia e da Eritréia disse esperar que os dois países evitassem um novo conflito.

"Nenhum deles deseja a guerra, isso está claro. Podem não o dizer publicamente, mas ambos são inteligentes o suficiente para admitirem que uma nova guerra seria devastadora para ambos os países."

Legisladores da Câmara dos Representantes enviaram uma carta ao primeiro ministro da Etiópia, pedindo-lhe que levante a medida de expulsão no passado mês de Março, de três activistas de uma organização americana, pró-democracia.

Uma outra organização activista pró-democracia, o Centro Carter vai entretanto figurar no rol das organizações convidadas como observadores das eleições de 15 de Maio próximo.

A equipa deste centro, será chefiada pelo próprio patrono da organização, o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter.

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