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Contestação interna abala Movimento Democrático de Moçambique


Lutero Simango
Lutero Simango

Simango acusado de fazer compromissos com a Frelimo, porta-voz promete resposta para breve

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) vive um momento de algumas clivagens na cidade da Beira, província de Sofala.

Alguns Membros fundadores estão de costas voltadas com o presidente, Lutero Simango, a quem acusam de estar a gerir o partido de forma autocrática e a transformar a organização num braço do partido no poder no país em troca de alguns mandatos na próxima legislatura da Assembleia da República.

Presidente do MDM acusado de não respeitar estatutos do partido e fazer compromissos com a FRELIMO - 2:51
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O porta-voz do MDM minimiza o ambiente, sublinhando que no exercício da democracia interna do partido, é normal que os membros expressem sentimentos sobre o que os inquieta para o bem do MDM e promete que Simango virá a público em breve explicar-se.

Elias Impuiri, antigo deputado, afirma que Lutero Simango na sua liderança, tem pautado por uma filosofia de gestão de amiguismo com um punhado de pessoas e que tudo faz via telefone, sem consentimento dos órgãos sociais, como se o MDM trata-se de um património pessoal ou familiar.

Apoiantes do MDM
Apoiantes do MDM

Impuiri realça que o mais grave é que não reúne os quadros, contrariamente ao que preconizam os estatutos que prevêem, no mínimo,dois encontros ordinários por ano.

“Essa gestão instalou um ambiente hostil que força muitos membros da direcção a abdicarem das suas funções, alguns até a desertarem do partido e a filiarem-se noutras formações políticas, acrescenta aquele antigo deputado.

“Por isso estamos preocupados com a saúde do partido. Fundamos o partido para ser alternativa à governação da Frelimo no país, não para servir de um departamento do partido no poder”, sustenta Elias Impuiri.

Ele queixa-se do facto de Lutero Simango estar supostamente a participar nos encontros convocados pela Presidência da República com os partidos políticos para a busca de soluções para a crise pós-eleitoral, sem o consentimento da Comissão Política e depois não partilha com os quadros o que é abordado.

Lutero Simango, líder do MDM e candidato presidencial vota na Escola Secundária Josina Machel, 9 de outubro 2024
Lutero Simango, líder do MDM e candidato presidencial vota na Escola Secundária Josina Machel, 9 de outubro 2024

Impuiri afirma que foi com estranheza e surpresa que muitos dentro do partido tomaram nota da subida do número de assentos do partido na Assembleia da República, de quatro anunciados pela Comissão Nacional de Eleições para oito na proclamação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional que deram vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo.

“Eventualmente nessa subida, pode haver troca, mas não sabemos o que o MDM vai oferecer para ter recebido esses quatro”, conclui aquele quadro do MDM.

Dissidentes querem reunião do Conselho Nacional

O grupo diz exigir a realização do Conselho Nacional para discutir o futuro do partido e adverte, que caso a exigência não for satisfeita, usará todos mecanismos legais para afastar da presidência Lutero Simango de modo a salvaguardar e a restaurar a imagem da formação política que considera estar a resvalar para o abismo.

Em reação, o porta-voz do MDM, Ismael Nhacucué, diz que os seus correligionários são soberanos para reclamar e intentar ações nos órgãos sociais no exercício da democracia interna e estão livres de manifestar os seus sentimentos e fazer críticas construtivas.

Para Nhacucué “cada membro do MDM é livre de fazer as suas análises, admitindo que “eventualmente possa existir algum mal-estar devido a problemas de comunicação, pode acontecer”.

Nhacucué conclui que Lutero Simango “se pronunciará brevemente sobre estas declarações” .

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