O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, exortou nesta terça-feira, 10, todos os governos a apoiarem um processo político “inclusivo” na Síria e afirmou que os Estados Unidos acabariam por reconhecer um Governo se este cumprisse esses critérios.
“O povo sírio decidirá o futuro da Síria. Todas as nações devem comprometer-se a apoiar um processo inclusivo e transparente e abster-se de interferências externas”, afirmou Blinken num comunicado.
“Os Estados Unidos reconhecerão e apoiarão totalmente o futuro governo da Síria que resultar desse processo”, disse Blinken.
Blinken afirmou que o futuro governo da Síria deve ser “credível, inclusivo e não sectário”, depois de os rebeldes islamitas terem derrubado o homem forte Bashar al-Assad, membro da minoria alauíta que liderou uma ditadura secular.
Ao definir as prioridades dos EUA, Blinken afirmou que o novo governo deve “cumprir os compromissos claros de respeitar plenamente os direitos das minorias” e permitir o fluxo de assistência humanitária.
Os Estados Unidos querem que o próximo governo “impeça que a Síria seja utilizada como base para o terrorismo ou que constitua uma ameaça para os seus vizinhos, e que garanta que quaisquer reservas de armas químicas ou biológicas sejam protegidas e destruídas em segurança”.
No decurso da brutal guerra civil síria, os Estados Unidos afirmaram repetidamente que Assad tinha perdido a credibilidade, mas não deram prioridade à sua queda, uma vez que os rebeldes islâmicos também eram vistos com desconfiança.
Irão distancia-se
Desde o derrube do presidente sírio Bashar al-Assad, o Irão começou a distanciar-se da sua aliança de longa data, sublinhando, em vez disso, a história de amizade entre os dois países.
Os rebeldes avançaram do seu reduto na cidade de Idlib, no noroeste do país, para a capital, Damasco, em menos de duas semanas, destituindo Assad no domingo e pondo fim a 50 anos de governo do seu clã.
Desde então, as autoridades iranianas e os meios de comunicação social estatais mudaram de tom em relação aos rebeldes, chamando-lhes “grupos da oposição” em vez de “terroristas”.
A televisão estatal, que reflecte sobretudo a narrativa oficial, chamou aos acontecimentos “um novo capítulo” e chegou mesmo a criticar Assad.
Trata-se de uma reviravolta acentuada após décadas de relações estreitas entre a família Assad e os governantes do Irão.
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