Um crime, é como o presidente da Renamo, até agora o principal partido da oposição em Moçambique, classifica o processo eleitoral concluído a 9 de outubro e pede que o mesmo seja anulado.
"Estas não foram eleições. Foi um crime, um desrespeito e violação flagrante dos direitos fundamentais, como é o caso de enchimento nas urnas, infiltração de atas e editais falsos, manipulação dos resultados eleitorais, discrepâncias numéricas entre os editais distritais e as mesas de votos", afirmou Ossufo Momade, 16 dias depois das eleições que remeteram o seu partido para o terceiro lugar no Parlamento, com apenas 20 em 250 deputados.
Nas declarações aos jornalistas em Maputo nesta sexta-feira, 25, ele afirmou estar ciente da responsabilidade que a Renamo tem no país e disse que os resultados representam uma "alteração da vontade de popular".
"Declaramos, aqui e agora, que não aceitamos os resultados e vamos usar todos os mecanismos internos e internacionais para que estas eleições sejam declaradas inexistentes e seja resposta a justiça eleitoral", disse Ossufo Momade que, sem dar mais detalhes, acrescentou que "a Renamo não se responsabiliza pelos possíveis eventos pós-eleitorais".
Analistas políticos consideram a Renamo e o seu líder os principais derrotados nas eleições de 9 de outubro.
O partido perdeu 40 deputados entre a atual legislatura e a que começa em janeiro de 2025, em que terá apenas 20 parlamentares.
O Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) passa a ser o segundo partido na Assembleia da República, com 31 deputados, e o seu líder, Albino Forquilha será o líder da oposição.
Na corrida presidencial, Momade ficou no terceiro lugar, com apenas 5,81 por cento, muito longe de Venâncio Mondlane, com 20,32, po cento, e de Daniel Chapo, da Frelimo, com 70,67 e próximo Chefe de Estado.
Lutero Simango, presidente do MDM conseguiu 3,21 por cento dos votos.
O Conselho Constitucional terá de confirmar os resultados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições, mas o candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou que vai recorrer por considerar que ganhou as eleições.
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