O Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, reuniu quinta-feira com o grupo de dirigentes do PAIGC que exigem a clarificação da liderança do partido, alegando que “o actual presidente continua a ‘bater-se’ pela Presidência da República.”
O debate está bem presente na rede social, Facebook. Muitos militantes e ativistas ligados ao PAIGC não medem palavras para qualificar os signatários da carta dirigida a Domingos Simões Pereira, por sinal, membros do atual Governo de iniciativa presidencial.
Pelo que aconteceu no MADEM-G15 e PRS, dois partidos divididos em facções, o receio dos “libertadores” vai na perspectiva de que este é um sinal claro de movimentações internas, tendentes a fragmentar o partido antes das eleições legislativas agendadas para 24 de novembro próximo.
Mas o Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, reuniu com os signatários da carta.
Um deles, Carlos Pinto Pereira,disse à imprensa, após o encontro que durou mais e três horas na sede do partido, em Bissau, não ser altura para divulgar o que foi debatido no encontro. “ Mas ...ficou acordado que seremos convidados a participar no próximo congresso do Comité Central e, provavelmente, nessa altura, estaremos em condições de transmitir (de forma) um pouco mais clara a posição que estamos a defender.
Em resposta Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, disse aos jornalistas que
“o essencial a reter, é o compromisso que todos reafirmam em respeitar os Estatutos do partido, as regras internas do partido, em permitir que, independentemente, das opiniões que uns e outros possam ter, que sejam as estruturas e os órgãos competentes do partido a se posicionar e a decidir sobre a vida interna do partido. “
No entanto, o jurista e analista político, Luís Landim, acha natural a exigência dos signatários da carta ao Presidente do PAIGC, tendo em conta as eleições que se avizinham.
“Temos em cima da mesa duas situações que eles aqui colocaram: de um lado a figura que o partido poderá apresentar às presidenciais e a figura que irá aparecer como rosto para as legislativas.”
Por seu lado o jurista Fodé Mané sustenta que “o receio que todos têm é legítimo e justificável nestas circunstâncias, porque cada ação deste regime tem sido pautada pela força e ilegalidade. Aliás, quando (se) está num ambiente turvo é possível tudo. “
Na carta, enviada ao Presidente do PAIGC, constam os nomes de Rui Duarte Barros, Primeiro-ministro, Aly Hijazi, Ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Mário Mussante da Silva Loureiro, Ministro das Pescas, Carlos Pinto Pereira, Ministro dos Negócios Estrangeiros e José Carlos Esteves, Ministro das Obras Públicas.
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