Uma nova estirpe grave e altamente contagiosa do vírus mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, está a espalhar-se por todo o mundo após um grande surto em África.
O clade 1b, uma nova variante do clade 1, notificada pela primeira vez em setembro passado entre os profissionais do sexo da cidade mineira de Kamituga, na República Democrática do Congo, sofreu agora uma mutação, afectando crianças com menos de 15 anos.
A 14 de agosto, a Organização Mundial de Saúde e os Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças declararam a mpox uma emergência de saúde pública global pela segunda vez em dois anos, depois de se ter espalhado para os países vizinhos do Congo, que não tinham registo anterior de casos de mpox.
O influenciador do X, Eric Amunga, mais conhecido por AMERIX, acusou a OMS de ser uma organização criminosa e pediu aos seus 1,9 milhões de seguidores que evitassem as diretrizes de segurança emitidas.
"MONKEYPOX é uma fraude. Não cumpra. Recusar. • A Pfizer quer limpar as suas campanhas de vacinação contra a COVID-19 depois de as pessoas as terem escondido. • O establishment político corrupto de África quer entreter a rebelião latente da Geração Z. O Mpox é outro golpe criminoso da OMS", escreveu AMERIX.
Isso é falso.
A mpox matou 517 pessoas e infetou 17 mil só este ano, informou o CDC África.
As vacinas COVID-19 não se aplicam à prevenção de mpox. A vacina contra a varíola Jynneos, desenvolvida pela empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, é utilizada para proteger contra o vírus mpox.
O vírus mpox foi descoberto em 1958 numa colónia de macacos. O primeiro caso de infecção humana foi registado em 1970 na República Democrática do Congo.
Embora completamente falso, o apelo de Amunga ao não cumprimento das recomendações mpox da OMS e o seu retrato da vacina como uma “fraude” fazem parte de uma tendência viral global no X, envolvendo milhares de pessoas anti vacinação e atingindo milhões de utilizadores.
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