A Organização Mundial de Saúde realizou na quarta-feira uma reunião de peritos para decidir se o surto de varíola em África deve ser declarado uma emergência de saúde pública mundial.
A reunião de 16 personalidades internacionais ocorre depois de o organismo de controlo da saúde da União Africana ter declarado a sua própria emergência de saúde pública devido ao surto crescente.
O surto de varíola tem varrido vários países africanos, em especial a República Democrática do Congo, onde o vírus, anteriormente designado por varíola do macaco, foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970.
“O Mpox já ultrapassou as fronteiras, afectando milhares de pessoas em todo o nosso continente, famílias foram destroçadas e a dor e o sofrimento atingiram todos os cantos do nosso continente”, afirmou Jean Kaseya, chefe dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), durante uma conferência de imprensa online.
De acordo com os dados do CDC de 4 de agosto, registaram-se 38 465 casos de varíola e 1 456 mortes em África desde janeiro de 2022.
É a primeira vez que a agência com sede em Adis Abeba utiliza o poder de segurança continental que lhe foi atribuído em 2022.
Espera-se que a decisão ajude a mobilizar dinheiro e outros recursos numa fase inicial dos esforços para travar a propagação da doença.
Boghuma Titanji, professor assistente de medicina na Universidade de Emory, nos Estados Unidos, afirmou que a declaração do CDC é um “passo crucial” para melhorar a coordenação entre os países africanos e incentivá-los a afetar fundos para combater o surto.
“Embora tenha havido críticas substanciais aos doadores estrangeiros por apoio inadequado, a dependência excessiva da ajuda externa evidenciou uma falha importante nos actuais esforços de resposta”, afirmou Titanji num comunicado.
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