Links de Acesso

Sudão do Sul: 468 civis mortos em confrontos armados entre janeiro e março, diz ONU


Refugiados sudaneses recolhem água de um furo no campo de refugiados de Gorom. Fotografia de arquivo
Refugiados sudaneses recolhem água de um furo no campo de refugiados de Gorom. Fotografia de arquivo

Desde 2011 que o Sudão do Sul tem sido atormentado pela violência político-étnica e pela instabilidade crónica.

Um total de 468 civis foram mortos em confrontos armados entre janeiro e março no Sudão do Sul, informou esta quarta-feira, 17, a Missão das Nações Unidas no país (UNMISS), lamentando um aumento dos "incidentes violentos".

Desde que se tornou independente do Sudão em 2011, o Sudão do Sul tem sido atormentado pela violência político-étnica e pela instabilidade crónica, que o impediram de recuperar da sangrenta guerra civil que deixou quase 400.000 mortos e milhões de deslocados entre 2013 e 2018.

Um acordo de paz assinado em 2018 prevê o princípio da partilha do poder no âmbito de um governo de unidade nacional, formado em fevereiro de 2020 com Salva Kiir como presidente e o seu rival Riek Machar como vice-presidente. Mas o acordo não foi, em grande parte, aplicado, deixando o país num caos.

Entre janeiro e março de 2024, "468 (civis) foram mortos, 328 feridos, 70 raptados e 47 foram sujeitos a violência sexual relacionada com o conflito", afirmou a UNMISS num comunicado, indicando que estes ataques envolveram "milícias comunitárias" e "grupos de defesa civil".

De acordo com a Missão da ONU no Sudão do Sul, o número de incidentes violentos aumentou 24% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ainda segundo a ONU, o remoto estado pastoral de Warrap (noroeste) é o mais afetado.

A UNMISS registou, no entanto, "numa nota positiva", uma diminuição do número de raptos e de violência sexual em relação ao último trimestre de 2023, de 30% e 25%, respetivamente.

"Nunca é demais sublinhar a necessidade urgente de uma ação colectiva por parte das autoridades nacionais, estatais e locais, bem como dos líderes comunitários e dos políticos nacionais, para resolver pacificamente as queixas de longa data, em particular no período que antecede as primeiras eleições do Sudão do Sul", instou o enviado da ONU para o Sudão do Sul, Nicholas Haysom.

As eleições, as primeiras na história do país, deverão realizar-se a 22 de dezembro, depois de terem sido adiadas várias vezes.

A 9 de julho, numa declaração que assinalou o 13º aniversário da independência do país, o Chefe de Estado não fez qualquer referência às eleições.

Fórum

XS
SM
MD
LG