O presidente ruandês, Paul Kagame, venceu as eleições presidenciais do país com 99% dos votos, de acordo com os resultados preliminares das eleições – 79% dos votos expressos – divulgados na noite de segunda-feira, 15, pelo órgão eleitoral do país.
Kagame, que está no poder desde 1994, venceu por margem semelhante em 2017.
Os eleitores fizeram fila pacientemente a partir das 7h, horário local, de segunda-feira, para votar, dizendo que estavam entusiasmados para exercer seu dever cívico.
Alguns disseram à VOA que queriam um líder que possa realizar o que a população deseja. Outros disseram que viram progresso e votavam para que isso continue.
Kagame disse que as suas prioridades de construir e fazer crescer o país rumo à prosperidade não mudariam.
Kagame, que foi eleito presidente pela primeira vez em 2000, enfrentou dois outros candidatos, incluindo o candidato do Partido Verde Democrático, Frank Habineza, e o candidato independente, Philippe Mpayimana. Habineza terminou em segundo lugar com 0,53% dos votos, enquanto Mpayimana obteve 0,32%.
Esta foi a segunda candidatura ao cargo máximo de Mpayimana, um jornalista que se tornou político, cujas iniciativas de manifesto para desenvolver a agricultura, os transportes, a pesca e outras indústrias receberam cobertura em mais de 50 artigos.
Habineza, que também concorreu contra Kagame nas últimas eleições, disse à VOA que voltou a concorrer este ano porque o titular está no cargo há muito tempo e é altura de ter uma nova visão para o país.
Vários outros candidatos, incluindo alguns dos críticos mais veementes de Kagame, foram impedidos de concorrer à presidência.
Cerca de 9 milhões de uma população de 14 milhões de ruandeses estavam registados para votar – isto é, 2 milhões a mais do que da última vez, de acordo com a Comissão Eleitoral Nacional.
A presidente da CNE, Oda Gasinzigwa, disse que mais de 300 observadores internacionais estão presentes em Ruanda, juntamente com cerca de 700 observadores locais.
Uma das razões pelas quais Kagame, de 66 anos, alcançou a vitória, dizem os críticos, é que ele governou com mão pesada e sufocou a dissidência.
Mas outra razão, dizem os analistas, é a sua capacidade de guiar o país da África Oriental rumo à paz interna desde o genocídio de 1994, quando cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados foram mortos por extremistas hutus.
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