Múltiplas agências de aplicação da lei dos EUA intensificaram a sua busca de respostas no domingo, menos de um dia depois de um presumível assassino se ter aproximado o suficiente para disparar e ferir o antigo Presidente Donald Trump num comício de campanha numa zona rural da Pensilvânia.
O FBI identificou no domingo o alegado atirador como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, residente em Bethel Park, Pensilvânia, situada cerca de 80 quilómetros a norte do local do comício em Butler.
Crooks foi baleado e morto por agentes dos Serviços Secretos dos EUA pouco depois de ter disparado vários tiros contra Trump.
Mas novas evidências já sugerem que o incidente poderia ter sido pior.
As autoridades policiais disseram no domingo que foram descobertos materiais de fabrico de bombas durante as buscas ao carro e à casa de Crooks.
A descoberta foi relatada pela primeira vez pelo The Wall Street Journal.
As autoridades também disseram que a arma que Crooks usou na tentativa de assassinato, um rifle do tipo AR, foi comprada por seu pai, embora ainda não tenham determinado como Crooks obteve a arma.
O motivo que levou Crooks a tentar matar Trump também permaneceu um mistério.
"Não temos atualmente um motivo identificado, embora os nossos investigadores estejam a trabalhar incansavelmente para tentar identificar esse motivo", disse o agente especial do FBI Kevin Rojek, que lhe chamou "a maior prioridade".
Rojek, falando numa conferência de imprensa no final do sábado, disse também que o FBI estava a trabalhar para determinar se o atirador estava a agir sozinho.
Os registos públicos mostram que Crooks era um republicano registado, mas também fez uma doação política de 15 dólares a um grupo liberal em 2021, no dia em que o Presidente Joe Biden tomou posse.
A Casa Branca disse que Biden, junto com a vice-presidente Kamala Harris, recebeu um briefing atualizado sobre a investigação, no domingo.
Os informantes incluíram o diretor do FBI Christopher Wray, o procurador-geral dos EUA Merrick Garland, o secretário de Segurança Interna Alejandro Mayorkas, o diretor do Serviço Secreto dos EUA Kim Cheatle e o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan.
No domingo, os principais legisladores classificaram a tentativa de assassinato como uma falha de segurança e disseram que estão à procura de respostas.
"Como é que alguém pode subir a um telhado com uma posição superior, com uma arma, e tentar assassinar o antigo Presidente Donald Trump? É simplesmente impensável, insondável", disse o deputado Mike Turner, presidente republicano do Comité de Inteligência da Câmara dos Representantes,
"Precisamos de saber se se trata de uma falha de protocolo? É um problema de recursos? Ou será apenas uma falha dos que estavam no local nesse dia?" disse Turner à CNN, acrescentando que a sua comissão ainda não tinha sido informada sobre os acontecimentos.
Turner também levantou preocupações sobre o cenário de ameaças no futuro.
"Estou com o diretor Wray do FBI, que disse que estamos no nível mais elevado de ameaça que temos desde o 11 de setembro", afirmou Turner. "Acredito que a ameaça continua. Não se trata apenas de uma tentativa de assassinato de um indivíduo".
Outros legisladores esperavam receber actualizações ao longo do dia,
O presidente da Comissão de Segurança Interna da Câmara dos Representantes, o deputado republicano Mark Green, deveria falar com o diretor dos Serviços Secretos ainda no domingo, disse um porta-voz da comissão à VOA.
Green "continua a procurar respostas para as muitas perguntas que o povo americano merece saber", disse o porta-voz.
Green também enviou uma carta ao Departamento de Segurança Interna, pedindo documentos relacionados com o plano de segurança e procedimentos de rastreio para o comício e que tipo de medidas de proteção adicionais foram pedidas, ou dadas, à campanha de Trump.
De acordo com relatos de testemunhas e vídeos publicados na Internet, o atirador foi visto a segurar uma espingarda e a rastejar pelo telhado de um edifício próximo, momentos antes dos disparos.
Vários transeuntes foram ouvidos a gritar na tentativa de chamar a atenção da polícia que se encontrava nas proximidades.
Para além do ferimento de Trump, que saiu do local da tentativa de assassinato com uma orelha ensanguentada, as autoridades disseram que um espetador foi morto e dois outros ficaram gravemente feridos.
Rojek, do FBI, disse ser "surpreendente" que o atirador tenha conseguido disparar quatro ou cinco tiros antes de ser morto.
c/informação da AP e da Reuters
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