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Tropas ruandesas combateram ao lado dos rebeldes M23 na RDC afirmam peritos da ONU


Civis fogem dos combates em torno da província de Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo, 14 de maio de 2024.
Civis fogem dos combates em torno da província de Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo, 14 de maio de 2024.

Cerca de 3.000 a 4.000 soldados ruandeses combatem ao lado do M23 no leste da República Democrática do Congo, segundo um relatório de peritos da ONU visto hoje pela AFP , que assinala que Kigali tem "controlo de facto" das operações dos rebeldes.

A província do Kivu Norte está sob o domínio da rebelião do M23 (Movimento 23 de março) desde o final de 2021, com o grupo a apoderar-se de vastas áreas do território da região e a instalar um regime paralelo nas zonas atualmente sob o seu controlo.

Kinshasa acusa o Ruanda de apoiar o grupo rebelde M23, liderado pelos tutsis, algo que Kigali começou por negar, mas depois deixou de fazer quaisquer comentários ou ter qualquer reacção.

Mas o relatório encomendado pelo Conselho de Segurança da ONU diz que o "controlo e direção de facto do exército ruandês sobre as operações do M23" torna o país "responsável pelas acções do M23".

As intervenções e operações militares das Forças de Defesa do Ruanda (RDF) em áreas do Kivu do Norte - "foram fundamentais para a impressionante expansão territorial alcançada entre janeiro e março de 2024" pelo M23, afirma o relatório, o qual estima que, no momento da redação do documento, em abril, o número de tropas ruandesas "igualava, se não ultrapassava", o número de soldados do M23, que se pensa ser de cerca de 3.000.

Até ao final de 2023, as autoridades ruandesas negaram publicamente que as suas tropas estivessem a operar ao lado dos rebeldes do M23 no Norte do Kivu, mas desde então Kigali deixou de comentar diretamente essas acusações.

O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, declarou em 20 de junho, na France 24, que "estamos prontos para lutar" contra a República Democrática do Congo, se necessário, embora tenha evitado a questão da presença militar do seu país no país.

Há vários meses que os Estados Unidos, a França, a Bélgica e a União Europeia apelam ao Ruanda para que retire as suas forças e mísseis terra-ar do território congolês e deixe de apoiar o M23.

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