Links de Acesso

Angola: Não há condições para acabar com mercado informal, dizem especialistas


Fotografia de arquivo
Fotografia de arquivo

Governo proibiu venda nas ruas de dezenas de produtos

Não há condições para se acabar com o mercado informal da economia, dizem especialistas ouvidos pela Voz da América.

Eles manifestam dúvidas em relação à eficácia da medida do Governo de proibir a venda ambulante de vários produtos industriais e do campo.

Governo angolano proibiu venda ambulante de vários produtos – 2:28
please wait

No media source currently available

0:00 0:02:28 0:00

O Governo, através de um decreto presidencial, proibiu a venda ambulante de animais vivos, carnes verdes, fumadas e miudezas comestíveis, medicamentos, inseticidas, raticidas, plantas e ervas medicinais, móveis, máquinas e utensílios elétricos, bebidas alcoólicas, combustíveis e materiais de construção.

A medida vem expressa no Regulamento da Lei sobre a Organização, Exercício e Funcionamento das Atividades de Comércio Ambulante, Feirante e de Bancada de Mercado, aprovada em decreto assinado pelo Presidente angolano, João Lourenço.

O impacto na economia informal pode ser severo. De acordo com o Inquérito ao Emprego em Angola (IEA), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas, a economia informal domina o mercado, com 79,8 por cento das mais de 11,7 milhões de pessoas em idade ativa a desenvolveram a sua atividade económica fora do sistema formal.

A decisão do Governo está a ser interpretada por analistas como visando acabar com a venda ambulante no país nos moldes como é atualmente praticada.

Manuel Viage, sindicalista e antigo secretário da UNTA-Confederação Sindical diz que a decisão de se acabar ou reduzir o peso do mercado informal na economia “ não vai produzir efeitos” enquanto Governo não “animar a economia" de forma a que se possam criar mais oportunidades de emprego”.

“ Dinamizar a agricultura comercial , voltar a dinamizar as fazendas que eram provedoras de mão de obra”, nota Viage.

Para o economista, Américo Vaz, o problema da venda ambulante “carece de muita investigação, consulta e debate e diálogo com os operadores, com as comunidades e administrações locais para tirar a informalidade e passar para a formalidade”.

“Toda a venda ambulante que se faz nas nas grandes cidades ela já é organizada”, lembra o economista. “Temos associações e estas podem com os governos tentar encontrar a melhor forma de organizar”, afirma.

A proibição é extensiva aos móveis, artigos mobiliários, colchoaria, antiguidades, aparelhagem radioeléctrica, utensílios elétricos ou a gás, candeeiros, instrumentos musicais, discos e afins, veículos automóveis, aparelhos de medição e verificação, material de fotografia, artigos de ótica, vestuário, calçados, bijuterias, armas e munições, moedas e notas de banco estão igualmente proibidos à venda ambulante.

Fórum

XS
SM
MD
LG