Ao abrigo de um acordo alcançado com a China Angola poderá retardar o pagamento a companhias chinesas que estiverem em atraso nas suas obras em território angolano, disse uma fonte do ministério das Finanças angolano.
Isso é um dos dois pontos desse acordo que alivia o pagamento da dívida angolana para com o Banco de Desenvolvimento da China e que segundo a ministra das Finanças Vera Daves vai permitir a Angola ter acesso a 150 a 200 milhões de dólares, mensalmente, evitando, assim, a necessidade de restruturar a divida angolana.
A fonte do ministério das Finanças, que pediu o anonimato, disse que o primeiro ponto desse acordo está relacionado com uma conta específica a que Angola estava obrigada, pelos credores chineses a depositar regularmente somas avultadas arrecadadas por Angola na venda do petróleo.
Essa conta-caução (“escrow account” em inglês) serve para garantir os pagamentos das dívidas angolanas às diversas instituições de crédito chinesas.
O professor de Economia na Universidade Lusíada de Angola, Heitor de Carvallho disse que essa conta recebe fundos de Angola à medida que o petróleo é vendido e o que se fez com este acordo " foi limitar, diminuir a intensidade dos depósitos nesta conta especial", o que permite a Angola um desafogo, para usar estes recursos para outras coisas.
“Isto alivia um pouco”, disse sublinhando també o outro pontos do acordo pelo qual “quando projectos ligados a financiamentos atrasam, nós também atrasamos os pagamentos,\”.
“De facto nada têm a ver com reestruturação da dívida, a ministra tem razão mas também são alívios muito reduzidos", disse.
Por outro lado Heitor de Carvalho disse que os problemas da dívida angolana são graves pois "os juros da nossa dívida levam-nos 30 porcento de toda receita, metade de todos impostos petrolíferos vai para pagar juros por isso é que nunca temos dinheiro, vai todo para os credores estrangeiros”.
“Ainda por cima este governo não sabe poupar, quando o petróleo está em alta ao invés de poupar, gasta mais quando chega a altura de pagar não tem, esse é o nosso principal problema gastar à toa, depois gastamos em quê? Em Marginais da Corimba, aeroportos parados, em coisas que não dão pra nada”, acrescentou
Outro economista, Américo Vaz tem um entendimento diferente sobre o acordo afirmando que “se há uma dívida, há um credor, este credor tem que ser pago” pelo que não entende qual a vangagem d acordo.
“Sem alargamento dos prazos (de pagamento) o quê que houve em concreto.?", interrogou
Questionado pelo jornal Financial Times um responsável do ministério dos Negocios Estrangeiros chinês afirmou que “as instituições financeiras chinesas tiveram consensos satisfatórios com Angola sobre as dívidas de Angola para com credores chineses”.
Não deu pormenores sobre os números envolvidos.
Estima-se que o total da divida de Angola para com a china e de 17.000 milhões de dólares
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