O Banco de Desenvolvimento da China concordou em libertar fundos que mantinha como garantia de um empréstimo de vários milhares de milhões de dólares de Angola, disse a ministra das Finanças, Vera Daves.
A governante afirmou em entrevista ao jornal britânico Financial Times que a decisão do banco chinês, de libertar esses fundos, vai permitir a Angola ter acesso a 150 a 200 milhões de dólares, mensalmente, evitando, assim, a necessidade de reestruturar a divida angolana.
Daves acrescentou que Luanda não tinha pedido uma mudança na maturidade das dívidas ou uma mudança nos pagamentos e que este acordo vai permitir que Angola pague mais rapidamente a sua divida à China.
O Financial Times escreve que Angola deve à China 17.000 milhões de dólares, pouco acima de um terço do total das suas dívidas.
Na entrevista, a ministra adiantou que o Executivo angolano ainda não decidiu se vai ou não emitir títulos de divida em dólares este ano.
O analista Thys Louw, citado pelo diário britânico, disse, no entanto, que, embora o acordo forneça algum alívio de liquidez a Angola, o país vai precisar de fontes alternativas de financiamento, o que indica a necessidade de emitir títulos de divida.
O problema, contudo, de acordo com Louw, é que Angola vai ter que pagar juros altos.
Neste momento, esses juros em títulos de tesouro angolano em dólares é de 14 por cento.
Vera Daves considerou que a diversificação da economia angolana é “trabalho em andamento”, mas que os setores não petrolíferos estão a crescer.
Entretanto, o banco central angolano recomeçou a venda de moeda estrangeira, o que poderá impedir o kwanza de se enfraquecer ainda mais.
Um total de 17 bancos compraram, na segunda-feira, 6, cerca de 200 milhões de dólares em moeda estrangeira a uma média de 843,53 kwanzas por dólar, disse o Banco Nacional de Angola.
O kwanza desvalorizou-se cerca de 40% em relação ao dólar nos últimos 12 meses.
O nível de inflação anual em Angola atingiu 26%, em Março.
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