Negociadores do movimento palestiniano Hamas iniciaram hoje hoje negociações no Cairo sobre uma possível trégua em Gaza que levaria à suspensão dos combates e ao retorno a Israel de alguns reféns, disse um funcionário do Hamas à agencia Reuters.
O diretor dos serviços de informações americanos, CIA, Williams Burns encontra-se também na capital egipcia. A CIA recusou-se a comentar o itinerário de Burns.
Taher Al-Nono, funcionário do Hamas e conselheiro do dirignete da ala política do Hamas no exílio , Ismail Haniyeh, disse que as reuniões com mediadores egípcios e do Catar começaram e que o Hamas está a lidar com as propostas "com total seriedade e responsabilidade".
No entanto, reiterou a exigência do grupo de que qualquer acordo inclua a retirada israelita de Gaza e o fim da guerra, condições que Israel rejeitou anteriormente.
Um responsável israelita sinalizou que a sua posição central sobre esta questão permanecia inalterada, dizendo que "Israel não concordará em circunstância alguma em acabar com a guerra como parte de um acordo para libertar os nossos reféns".
Antes do início das negociações, havia algum otimismo em relação a um possível acordo.
"As coisas parecem melhores desta vez, mas a existência de um acordo depende do que Israel oferecer para que isso aconteça", disse à Reuters uma autoridade palestina com conhecimento dos esforços de mediação, que pediu para não ser identificada.
O Hamas disse na sexta-feira que iria ao Cairo com “espírito positivo” depois de estudar a última proposta de acordo, da qual pouco foi tornado público.
Israel deu um aceno preliminar aos termos que uma fonte disse incluirem o retorno de entre 20 e 33 reféns em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos e de uma suspensão dos combates por semanas.
Isso deixaria ainda cerca de 100 reféns em Gaza, alguns dos quais, segundo Israel, já morreram no cativeiro. A fonte, que pediu para não ser identificada pelo nome ou nacionalidade, disse à Reuters que o seu regresso pode exigir um acordo adicional com concessões israelitas mais amplas.
“Isso poderia implicar um fim de facto, se não formal, da guerra – a menos que Israel de alguma forma os recupere através da força ou gere pressão militar suficiente para fazer o Hamas ceder”, disse a fonte.
O Egipto fez um esforço renovado para relançar as negociações no final do mês passado, alarmado com a perspectiva de um ataque israelita contra o Hamas na cidade de Rafah, no sul de Gaza perto da fronteira com a Península do Sinai, no Egipto, onde mais de 1 milhão de palestinianos se abrigaram
As conversações de sábado no Cairo ocorrem num momento em que o Catar revê também o seu papel como mediador, de acordo com uma autoridade familiarizada com o pensamento de Doha. O Qatar pode deixar de acolher o gabinete político do Hamas, disse o responsável, que não sabia se, num tal cenário, os delegados do grupo palestiniano também poderiam ser convidados a sair.
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