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Costa Júnior e ministra com leituras opostas sobre situação de Angola


Adalberto Costa Junior, líder da UNITA. (Foto de Arquivo)
Adalberto Costa Junior, líder da UNITA. (Foto de Arquivo)

Presidente da UNITA alerta para políticas que arrastam Angola para um desastre social e económico. Dalva Ringote destaca avanços na educação, saúde e combate à corrupção

Na semana em que o governo de Angola esteve presente numa sessão das Nações Unidas, em Nova Iorque, a abordar o que denominou de avanços sociais, o presidente da UNITA, principal partido da oposião, afirmou que a política do Chefe de Estado está a arrastar o país para um desastre, com uma população já sem expetativas quanto ao futuro.

Dos sinais de agravamento da fome à existência de presos políticos, Adalberto Costa Júnior salientou, na província de Benguela, que João Lourenço continua longe da concertação social e do diálogo com as diferentes sensibilidades.

De um lado, a ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote, na 57a. sessão da ONU sobre População e Desenvolvimento, destaca avanços na educação, saúde e combate à corrupção, e, do outro lado, Adalberto Costa Júnior aumenta o tom da crítica.

Na expetativa de vir a ser ouvido, o membro do Conselho da República voltou a apontar para um potencial não devidamente explorado.

“Qualquer diagnóstico hoje, seja social, económico, político e no capítulo da democracia, mostra um verdadeiro desastre. E esta imagem desastrosa surge menos de dois anos após as eleições. O presidente, João Lourenço, não ouve ninguém, não dialoga, nem mesmo com os próprios colegas, e está a transportar Angola para um desastre”, diz Costa Júnior.

O líder da oposição acrescenta: “digo isso para ser ouvido, para que os seus conselheiros ganhem coragem de lhe dizer a verdade, devemos melhorar a expetativa de uma população a perder força nesta Angola que tem tudo”.

O presidente da UNITA assume que, perante tais diagnósticos, não percebe como Angola recebe nota positiva de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

“Há relatórios do FMI que elogiam o governo. Há outros, de instituições internacionais, que, perante a péssima gestão, dizem a verdade. Os que elogiam a atitude do governo só mesmo por interesses que colidem com a verdade. Não se sabe como é que se aplaude uma ditadura, com presos políticos e gestão económica desastrosa”, afirma Costa Júnior.

A VOA insistiu numa resposta do secretário para Informação e Propaganda do MPLA, Esteves Hilário, mas não obteve reposta.

Na sessão das Nações Unidas, Dalva Ringote, citada pela imprensa angolana, informou que o executivo tem um compromisso firme com as questões cruciais sobre a população, desenvolvimento e progresso social.

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