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USAID financia cinco milhões para agricultura familiar no Corredor do Lobito


Richard Verma, secretário de Estado Adjunto para a Gestão e Recursos, Richard Verma (esq), e Samantha Power, administradora USAID, Benguela
Richard Verma, secretário de Estado Adjunto para a Gestão e Recursos, Richard Verma (esq), e Samantha Power, administradora USAID, Benguela

Agência americana quer ligar pequenos aos grandes produtores, apoiando a luta contra a insegurança alimentar e a promoção do comércio

Com um financiamento de cinco milhões de dólares, a Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID) vai apoiar agricultores familiares ao longo do Corredor do Lobito, em Angola, no quadro de um projeto que dá resposta a preocupações levantadas por analistas quanto ao vazio existente na ligação ferroviária com a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia.

O denominado projeto “Mulheres na Agricultura Angolana” (Waf) foi apresentado formalmente, quinta-feira, 25, pela administradora da USAID, Samantha Power, apesar de já ter dado alguns frutos, nomeadamente a capacitação técnica e a diversificação de culturas das 20 mil mulheres inscritas até ao momento.

USAID "cobre" vazio no Corredor do Lobito com cinco milhões para agricultura familiar
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Benguela, Huambo e Bié são as províncias que conformam o foco de uma iniciativa que deverá ajudar a promover a segurança alimentar, demonstrando que o Corredor do Lobito não se resume à transportação de minerais dos países vizinhos.

Beneficiários dos investimentos da USAID, Benguela, Angola
Beneficiários dos investimentos da USAID, Benguela, Angola

O projeto chega a Benguela horas após a apresentação do Relatório Mundial sobre a Crise Alimentar, que alerta para a possibilidade de um ano pior para o país, em matéria de insegurança alimentar aguda, o fenómeno que afetou já um milhão e 300 mil angolanos em 2022, segundo as Nações Unidas, a União Europeia e mais 13 instituições.

A produtora Ana Ngueve, uma das mulheres envolvidas no projecto da USAID, conta que o apoio permitiu aprender técnicas de produção e diversificar as culturas.

Samantha Power esteve à conversa com as mulheres envolvidas e com a administração do Grupo Carrinho, que trabalha com 150 mil pequenos produtores, número que deverá atingir dois milhões até 2030. O presidente e diretor executivo, Nelson Carrinho, revela que Angola cresce com a interação entre grandes e pequenos produtores.

No discurso, a administradora da USAID assinalou que osEUA apoia o surgimento da primeira linha trans-africana, tendo em conta a ligação Zâmbia/Tanzânia, e salientou que não poderia estar à margem dos desafios da produção alimentar.

No início da visita a Angola, Samantha Power e o secretário de estado adjunto para a gestão e recursos, Richard Verma, foram recebidos em audiência pelo Presidente João Lourenço.

Após a reunião, Power realçou os esforços de Angola no combate à corrupção, factos que, para ela, criam "novas possibilidades de investimentos e crescimento económico inclusivo para o país".

Na sua página no Facebook, a Presidência de Angola escreveu que "a audiência serviu para abordar aspetos da cooperação daquela agência especializada norte-americana com Angola nos mais diversos domínios".

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