As forças sul-africanas que integram a Missão da Militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) para Moçambique (SAMIM), deixaram a província de Cabo Delgado, no passado dia 7, dando assim seguimento ao plano de saída da missão da província.
O fim da operação Vikela, integrada por 1.495 efetivos, deve-se ao facto de ter expirado a autorização presidencial que serviu de base para o destacamento das tropas.
Na despedida, o comandante interino da SAMIM, J Shikongo Shikongo, citado pelo portal Wed Defence, disse que “no final de uma distinta missão” as tropas demonstraram "dedicação, profissionalismo e coragem" no apoio às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
O primeiro contingente da SAMIM a retirar-se foi o do Botsuana.
Até ao mês de Julho, devem deixar Cabo Delgado assessores e tropas de Angola, República Democrática do Congo, Lesotho, Malawi, Tanzânia e Zâmbia, que integram a SAMIM.
No país ficará apenas o contingente do Ruanda, que não integra a SADC, e que não tem prazo de saída de Cabo Delgado.
O comandante sul-africano afirmou, no momento da despedida, que as forças ruandesas vão treinar soldados moçambicanos “para ocuparem os locais onde a SAMIM costumava estar estacionada”.
Entretanto, foi anunciado que o governo do Ruanda deve enviar mais tropas para Cabo Delgado, aumentando, assim, o seu contingente, que tem uma presença mais forte em Afungi, onde se encontram os investimentos da TotalEnergies.
A força da SAMIM chegou a Cabo Delgado em meados de 2021 para ajudar as Forças Armadas de Moçambique a enfrentar a insurgência, de natureza islâmica, que desde outubro de 2017 assola aquele província rica em recusos naturais.
Desde então, mais de quatro mil pessoas foram mortas, mais de um milhão foi obrigada a deixar as suas casas e muitas infraestruturas foram destruídas.
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