A nova vaga de ataques jihadistas em Cabo Delgado está a gerar preocupações em vários sectores da sociedade moçambicana, com a Caritas Diocesana de Pemba a alertar que está sem meios para apoiar as centenas de deslocados desta vaga e a Câmara de Comércio de Moçambique a pedir uma solução urgente para este conflito.
O alerta foi feito pela Gestora de Programas da Caritas Diocesana de Pemba, Betinha Ribeiro, para quem, perante o alastrar dos ataques dos grupos armados, é cada vez maior o número de pessoas que procuram abrigo em lugares seguros.
‘’Temos vindo a receber muitos pedidos de ajuda de famílias que chegam e de outras que vão às zonas de origem, mas devido à falta de recursos financeiros, essas famílias ficam desprovidas desses meios’’.
Betinha Ribeiro, em declarações à organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre, avançou ser cada vez maior o número de pedidos de ajuda aos quais a Caritas Diocesana deixou de poder responder, porque a organização está a passar por uma situação de crise financeira.
Refira-se que esta quinta-feira, a organização Ajuda à Igreja que Sofre, a actuar em Cabo Delgado, emitiu um comunicado, informando que missionários padres e religiosas estão a fugir de aldeias remotas para a cidade de Pemba, devido aos ataques da insurgência.
De acordo com aquela organização, "vários novos e simultâneos ataques estão a abalar a província", acrescentando que "as actividades dos grupos insurgentes islâmicos intensificaram'se no terreno, criando uma situação extremamente complicada e uma atmosfera de medo e insegurança’’.
Uma situação para a qual a secretária-geral da Câmara de Comercio de Moçambique, Teresa Muenda, pede uma solução urgente, porque os investimentos que estão a ser minados não são apenas os relativos à exploração de gás .
Entretanto, a porta-voz da Frelimo, Ludmila Maguni, veio dizer que os novos ataques a Cabo Delgado foram matéria de discussão na reunião da Comissão Política do Partido, mas sem avançar pormenores.
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