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Senegal: Dois jovens mortos em manifestações anti-governamentais


Governo nega responsabilidade

A crise política senegalesa agravou-se com a morte de uma segunda pessoa no sábado, durante os protestos cada vez mais violentos contra a decisão do Presidente Macky Sall de adiar as próximas eleições presidenciais.

Um jovem de 23 anos morreu no sábado depois de ter sido baleado durante confrontos na capital Dakar, disseram dois dos seus familiares à AFP, enquanto um estudante de 22 anos morreu na sexta-feira na cidade de Saint-Louis, no norte do país, em circunstâncias ainda incertas.

O Presidente Sall adiou na semana passada, para dezembro, as eleições presidenciais previstas para 25 de fevereiro, o que criou uma onda de descontentamento. O adiamento ocorreu horas antes do início da campanha oficial.

Na sexta-feira, realizaram-se protestos em todo o país e a polícia utilizou gás lacrimogéneo para afastar a multidão da principal praça central de Dakar, fechando também as principais estradas, linhas ferroviárias e os principais mercados.

Os Repórteres Sem Fronteiras afirmaram que pelo menos cinco jornalistas foram visados pela polícia em Dakar.

Está prevista uma nova ronda de protestos para terça-feira.

Sall, que atingiu o seu limite constitucional de dois mandatos, disse que adiou as eleições devido a uma disputa entre o parlamento e o Conselho Constitucional sobre potenciais candidatos que não foram autorizados a concorrer, e afirmou que pretende iniciar um processo de "apaziguamento e reconciliação".

Alguns críticos acusam-no de estar a tentar agarrar-se ao poder, enquanto o bloco da África Ocidental e as potências estrangeiras criticaram a medida como uma rutura com a tradição democrática do Senegal.

A ministra da Justiça senegalesa, Aissata Tall Sall, defendeu na sexta-feira (9 de fevereiro) o adiamento abrupto das eleições presidenciais como constitucional, reconhecendo no entanto que desencadeou a maior crise política da história do país.

O adiamento foi criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia. O parlamento senegalês apoiou a medida depois de as forças de segurança terem invadido o hemiciclo e afastado alguns deputados da oposição.

O Parlamento também votou a favor da manutenção de Sall no cargo até à tomada de posse do seu sucessor, o que não deverá acontecer antes do início de 2025. O seu segundo mandato deveria ter terminado a 2 de abril.

Alguns críticos acusam-no de estar a tentar agarrar-se ao poder, enquanto o bloco da África Ocidental e as potências estrangeiras criticaram a medida como uma rutura com a tradição democrática do Senegal.

A crise pôs em causa a reputação de estabilidade democrática deste país da África Ocidental, numa região assolada por golpes militares.

O presidente Macky Sall adiou as eleições prevista para o próximo dia 25 e subsequentmente o parlamentou adiou as eleições para Dezembro.

Algumas informações provêm da Agence France-Presse, Reuters

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