O Governo angolano está preparar um regulamento dos “média electrónicos online” que visa “travar “ a produção e disseminação de informações falsas sobretudo sites e portais de notícias.
Profissionais ouvidos pela Voz da América alertam que a intenção não pode pôr fim à “já bastante fragilizada” liberdade de imprensa e de opinião no país.
De acordo com o Ministério angolano das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, citado pela imprensa em Luanda, a dimensão do fenómeno da divulgação de “fake news” tem sido “prejudicial à imagem e à reputação dos indivíduos e das instituições mas também e sobretudo à produtividade e eficiência das instituições”.
Aquele departamento governamental sustenta que o fenómeno “deve merecer, não apenas por parte das instituições, mas fundamentalmente da sociedade de um forma geral uma acção/reação capaz de desincentivar ou inibir a prática de produção e disseminação de informações falsas”.
O jornalista, Alexandre Neto Solombe entende que a preocupação do governo reside na grande relevância que as redes sociais ganharam ao ponto de fazerem concorrência à versão oficial “que é aquele que é muitas vezes passada e não corresponde à verdade”.
Para aquele profissional,“não era vontade própria que as redes sociais assumissem este protagonismo todo” e considera que as redes sociais são uma “externalidade” de um investimento que eles próprios criaram com euforia num dado momento “mas que tornou negativa para eles positiva para os angolanos”.
Há aqui um vazio de informação que é muitas vezes mitigado através, infelizmente, das “fake news” que ninguém gosta”, acrescentou
O também jornalista Herculano Coroado reconhece o prejuízo que as “fake news” provocam na sociedade mas diz esperar que “esta preocupação do Governo não venha derrubar a estrutura nem da liberdade de expressão nem da liberdade de imprensa”.
Coroado defende que “ o combate às" fake news” passa igualmente pela capacidade de se reforçar o sistema de justiça e garantir a sua independência.
“Se a acção da justiça estiver fragilizada há a tendência de reforçar o poder da acção da policial e não estou a ver que a questão possa ser resolvida por intervenção policial, disse
O Estado angolano assegura, entretanto, que a intenção não visa controlar os sites ou portais de notícias e sim “, estabelecer normas para garantir o seu funcionamento na salvaguarda do direito de informar e de ser informado a todos os cidadãos consagrado constitucionalmente”.
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