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Falta vontade política para travar raptos em Moçambique


Baía de Maputo, 15 abril 2016
Baía de Maputo, 15 abril 2016

Os contínuos raptos que afectam as principais cidades moçambicanas traduzem as lacunas existentes ao nível institucional, que dificultam um combate eficaz a este tipo de crime, sobretudo quando se sabe que o mesmo é praticado por quadrilhas poderosas que, em alguns casos, envolvem elementos das próprias forças de lei e ordem, dizem analistas.

Falta vontade política para travar raptos em Moçambique
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“Em termos de recursos técnicos, tecnológicos e materiais, existem carências gravíssimas e se essas carências não forem resolvidas, é obvio que o combate aos raptos será sempre ineficaz, tem que haver vontade política para combater este crime, que até envolve elementos das forças da lei e ordem’’, destaca o analista político Rui Fernandes.

Fernandes anota que "existem polícias envolvidos nos raptos e que alugam armas e fardamento a criminosos, estas situações devem ser devidamente analisadas aplicando-se penas exemplares aos elementos envolvidos nisso".

O analista político Fernando Lima diz que esta situação ainda se vai degradar mais, enquanto as autoridades governamentais não trabalharem um pouco mais no sentido de se ter uma polícia mais eficaz no combate aos raptos.

Lima defende que ‘’o Governo de Moçambique, olhando para esta situação, deve saber o que deve ser feito para que a polícia dê resposta aos desafios do país e às preocupações dos cidadãos’’.

A mais recente vítima deste crime é um empresário com nome árabe, havendo quem questione por que é que os indivíduos de origem asiática são os principais alvos dos raptores.

Investigação

Para o analista político Baltazar Fael a questão dos raptos está claramente ligada ao poderio económico e financeiro que esses indivíduos ostentam, ‘’porque os raptores não podem raptar uma pessoa que sabem que não tem dinheiro’’.

O porta-voz da Renamo, José Manteigas, é de opinião de que “vamos continuar a ter esta situação dos raptos, enquanto não houver vontade política para erradicar este mal’’.

As autoridades governamentais dizem que estão em curso investigações para o esclarecimento do caso ocorrido no passado sábado, por sinal a primeira vítima conhecida de raptos no país, em 2011, que voltou a ser raptada em Maputo, por um grupo de quatro homens.

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique pretende reunir-se com o Governo para analisar o impacto dos raptos na economia, que segundo o presidente do pelouro de Turismo, Hotelaria e Restauração, é bastante gravoso no sector turístico.

O Governo diz que está em processo de criação uma brigada anti-rapto e acredita que esta seja a melhor forma de combater este tipo de delito.

“A brigada está a fazer o seu trabalho’’, afirmou fonte do Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional, que, em Novembro do ano passado, deduziu acusação contra três arguidos, um dos quais antigo membro do Serviço Nacional de Investigação Criminal.

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