O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirma que alguns políticos são autores morais e financiadores das acções da Guarda Nacional (GN), que, na última sexta-feira, 30, retirou das celas da PJ, o Ministro das Finanças, Suleimane Seide, e o Secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, ambos acusados pelo Ministério Público no caso “6 biliões” de francos Cfa.
Esta operação da Brigada de Intervenção Rápida da Guarda Nacional (GN) foi revertida pelo batalhão da Presidência da República, que voltou a prender Suleimane Seide e António Monteiro horas mais tarde e prendeu também o comandante da GN, o Coronel Victor Tchongo.
De visita às instalações militares de Bissau, este domingo, 3, incluindo o comando da Guarda Nacional, Sissoco Embaló informou que os elementos da Brigada de Intervenção Rápida (BIR) afirmaram ter sido uma tentativa de golpe de Estado.
“Efetuei essa visita para receber informações complementares sobre os acontecimentos de 01 de dezembro”, precisou o Presidente da República, anunciando, por outro lado, que “várias viaturas foram apreendidas, elementos das forças da BIR detidos já estão a confessar e até a citar nomes das pessoas que financiaram a ação”.
De acordo ainda com Umaro Sissoco Embaló, o serviço da Inteligência já tinha a informação desta operação e estava a seguir os passos dos seus autores.
“Estamos equipados hoje, fazemos escutas telefónicas e WhatsApp. Acompanhamos esta ação desde quando saíram da Polícia Judiciária até ao quartel. Por isso, as forças reagiram com prontidão”, referiu.
Sissoco Embaló sublinhou que o sucedido vai ser investigado e “colocar toda a coisa a olho nu” e afirmou que os envolvidos “vão pagar muito caro pela tentativa de golpe de Estado”.
“Quando tomam dinheiro, não se lembram dos filhos dos pobres. Quero exortar as mães para aconselharem os seus filhos a ficarem em casa”, replicou Umaro Sissoco Embaló, assegurando que “se querem fazer desordem que peguem as suas esposas e seus filhos para passarem a frente e dali os seus apoiantes vão os seguir”.
O Presidente guineense acrescentou que não sente pena de “bandido”. “Não existe baixa do lado das forças especiais. Agora se o bandido morrer é um bandido que morreu. Eu não sinto pena de rebelde, porque não sou rebelde”, vincou Sissoco Embaló.
Usando um palavrão, o Presidente guineense atirou que não vai ouvir mais a alguém a falar de “reconciliação do ‘c****’. Aii desta Comissão de c**** [Comissão Nacional de Reconciliação – Caminho para Paz], não sei de onde… Se eu ouvir mais alguém a abrir as suas guelras vou fechá-las”, ameaçou Sissoco Embaló.
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