Angola usou 10 mil milhões de dólares de empréstimos chineses para “recapitalizar” a companhia petrolífera Sonangol, revela um estudo da Universidade de Boston nos Estados Unidos.
O estudo sobre o financiamento chinês a projetos ligados à energia em redor do mundo – Database on China Global Energy Finance – revela que Angola é o maior devedor “de longe” em África de empréstimos chineses ara o setor de energia.
O estudo foi revelado em primeira mão pelo portal Semafor, que diz que desde 2002 até o ano passado, Angola recebeu 10 empréstimos diferentes da China para o setor energético, sendo o maior de 15.100 milhões de dólares em 2016.
O total dos empréstimos nesse período de 20 anos foram de 24.300 milhões de dólares
Dez mil milhões de dólares foram usados para recapitalizar a Sonangol e o resto encaminhado para projetos hidroelétricos, nomeadamente Caculo Cabaça com um financiamento de 4.100 milhões de dólares e Tchiumbwe, com um financiamento de 112 milhões de dólares
Para além desses 10 mil milhões de dólares, a Sonangol recebeu outros 7.500 milhões de dólares para “desenvolvimento” (descrito como exploração e extracção) desde 2002.
Não há pormenores sobre o uso desses recursos, mas geralmente fundos para recapitalização são usados para melhorar a estabilidade financeira e/ou remodelar toda a estrutura financeira de uma empresa, o que sugere dificuldades porque estaria a passar a Sonangol.
A esmagadora maioria dos empréstimos foi feita pelo Banco de Desenvolvimento da China e o remanescente pelo Banco de Exportação e Importação da China
Outros projectos avaliados em 2.600 milhões de dólares foram para a construção de linhas de transmissão e sistemas de distribuição em várias areas do pais.
Os dados revelam que entre 2000 e 2022 a China forneceu 52.400 milhões de dolares para projectos de energia para mais de duas dezenas de países africamos mas Angola tem sido aquele que mais crédito atraiu, nomeadamente o total acima mencionado de 24.300 milhões de dólares.
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