Os homens armados que ocuparam as instalações do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) na Guiné-Bissau na passada sexta-feira, 3, abandonaram o local nesra quarta-feira, 8, enquanto pairam dúvidas sobre a quem pertence a força.
O Presidente da República garante não ter enviado homens para instalações do STJ, como afirmou a coligação PAI – Terra Ranka, enquanto o Governo mantém um silêncio total.
"Eu não envio as forças. Eu sou o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas. Portanto, não enviei nenhuma força. Fui acusado, como dizem, mas haverá consequências sobres estas acusações", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
Os homens armados cercaram a sede do maior órgão de justiça do país na sexta-feira, 3, e a casa do presidente do STJ, José Pedro Sambú, o que levou à demissão deste.
Ontem, a Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI – Terra Ranka), a coligação que governa o país, exigiu em comunicado “a retirada imediata e incondicional dos militares da Presidência da República e a sua substituição por forças de ordem, pertencentes ao Ministério do Interior”.
A coligação pediu ao Governo “a convocação urgente do Conselho de Defesa e Segurança para análise da situação vigente e a reposição da ordem constitucional e democrática no país”.
Por seu lado, o MADEM-G15, principal partido da oposição e que apoia Sissoco Embaló, acusou, também em comunicado, Domingos Simões Pereira, presidente do Parlamento e da PAI – Terra Ranka “de tentativa de desestabilizar o país” ao acusar o Presidente da República de estar por detrás da autorização do destacamento da força que invadiu as instalações do STJ e da residência de José Pedro Sambú.
Por sua vez, o PRS, terceiro partido mais votado, através da sua Direção Superior, exortou o Conselho Superior da Magistratura Judicial “a se abster de comportamentos que põem em causa o normal funcionamento do STJ e procurar o mais urgente possível vias do diálogo para ultrapassar a atual situação em que encontra” a instância máxima da justiça guineense.
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