Empresários na província angolana do Cunene dizem estar sufocados pelo atual momento económico marcado sobretudo pela desvalorização do kwanza face às moedas estrangeiras com grande impacto nos negócios.
Os empresários queixam-se também dos obstáculos burocraticos e falta de apoio às suas actividades.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Cunene disse que a perda do poder de compra está a ter um peso grande na manutenção dos negócios que já levou pequenas empresas a fechar as portas e mandar pessoas para o desemprego
Jorge Chimuandi lamenta as dificuldades dos homens de negócios locais em aceder aos créditos alegadamente por a maioria das representações bancárias da região não terem autonomia de decisão.
“O que penso é que através dos bancos locais o governo incentivasse os bancos a financiarem também os bancos locais porque os conhece”, disse Chimuandi .
“Uma província como o Cunene penso que não tem muita complicação um gerente de um banco conhecer os produtores e por via disto cumpridos todos os mecanismos do check-list poder financiar a produção”, acrescentou aquele empresário.
O responsável da organização que junta mais de 180 associados entre empresários, pequenos produtores e industriais de diferentes ramos, olha para os resultados da produção nacional até ao momento para concluir um fracasso do Governo no conhecido Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).
Jorge Chimuandi receia que os mesmos erros estejam a ser transportados nos subprogramas governamentais de relançamento da produção em grande escala de cereais Planagrão e fomento animal Planapecuária.
“É que não se removeu ainda os obstáculos que fizeram falhar o primeiro programa que é o Prodesi e esses obstáculos ainda existem que são a burocracia o acesso aos financiamentos é a falta de licenças de terras é o problema do ordenamento ainda”, acrescentou Chimuandi quem avisou novos programas “também estão já a partida quase a falhar porque não resolveram ainda este desiderato”.
O líder empresarial defende um diálogo sério e com compromisso entre o governo e o sector privado para se atacar as sucessivas crises económicas e financeiras do país.
No Cunene, 79 projectos no âmbito do PRODES avaliados em mais de três mil milhões de kwanzas foram desembolsados num claro sinal de “abertura ao financiamento”, afirmou o diretor provincial do Gabinete de Desenvolvimento Económico Integrado.
“O que nós temos apelado aos empresários é alinharem-se mais ao Governo no sentido de conseguirem aqueles financiamentos que são gizados pelo governo como tal falo do Prodesi do PAC do alívio económico do microcrédito FACRA, FADA também tem tido linhas abertas o BDA são valores que o executivo aloca para essas instituições financeiras no sentido financiarem a economia real é mais fácil por essa via”, disse Felisberto Shomongula.
O Governo do Cunene afirma ter as portas abertas ao investimento nacional e estrangeiro nas áreas da agricultura, indústria, comércio, turismo e minas.
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