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As intervenções militares no bloco regional da CEDEAO


Grupo da CEDEAO
Grupo da CEDEAO

Veja quando, em que países e porquê a CEDEO interveio militarmente

Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), reúnem quinta-feira em Abuja, Nigéria, para uma cimeira sobre o Níger na sequência do golpe dos militares.

A organização tinha dado até domingo aos golpistas para restaurarem o Presidente deposto, Mohammed Bazoum, ou poderia autorizar o uso da força como último recurso se os soldados não restaurassem no poder Bazoum.

Mas a data passou e não se registou qualquer intervenção, foram apenas impostas sanções.

Abaixo estão as intervenções militares anteriores da CEDEAO

LIBÉRIA

Em 1990, os líderes da África Ocidental enviaram uma força militar neutra para a Libéria para intervir na guerra civil entre as forças do Presidente e duas facções rebeldes.

Combatentes do Movimento Unido de Libertação da Libéria (ULIMO) disparam pelo centro de Monróvia, 16 de abril de 1996.
Combatentes do Movimento Unido de Libertação da Libéria (ULIMO) disparam pelo centro de Monróvia, 16 de abril de 1996.

O destacamento sem precedentes de uma força regional, o Grupo de Monitoramento da CEDEAO (ECOMOG), ajudou a restaurar alguma segurança, mas as tropas foram cúmplices de uma série de abusos dos direitos humanos, de acordo com a Human Rights Watch.

O número de soldados chegou a cerca de 12.000 e os últimos deixaram a Libéria em 1999, dois anos depois do ex-líder rebelde Charles Taylor ter sido eleito Presidente.

As forças da África Ocidental foram destacadas novamente no final do conflito brutal de 14 anos, que terminou em 2003. Cerca de 3.600 dessas tropas foram então realocadas para uma operação de manutenção da paz da ONU que durou até 2018.

SERRA LEOA

Em 1998, uma força ECOMOG liderada pela Nigéria interveio na guerra civil de Serra Leoa para expulsar uma junta e aliados rebeldes da capital Freetown e restabelecer o Presidente Ahmad Tejan Kabbah, que havia sido deposto em um golpe um ano antes.

Ahmad Tejan Kabbah
Ahmad Tejan Kabbah


Em 2000, a força retirou, entregando as operações de manutenção da paz a uma missão da ONU. A guerra de uma década terminou em 2002.

GUINÉ-BISSAU

Em 1999, a CEDEAO enviou cerca de 600 soldados da ECOMOG para preservar um acordo de paz na Guiné-Bissau, propensa a golpes.

Soldados da Guiné-Bissau caminham no dia 21 de outubro de 2012 numa rua de Bissau depois de homens armados terem invadido um quartel do exército na capital
Soldados da Guiné-Bissau caminham no dia 21 de outubro de 2012 numa rua de Bissau depois de homens armados terem invadido um quartel do exército na capital

Os rebeldes tomaram o poder apenas três meses depois e a força foi retirada.

A CEDEAO enviou outra missão de 2012 a 2020, após outro golpe, para ajudar a dissuadir os militares de intervir na política e proteger os líderes políticos.

Em 2022 enviou outro contingente de 631 funcionários para ajudar a estabilizar o país após um golpe fracassado naquele ano.


COSTA DO MARFIM

Uma força da África Ocidental foi enviada para a Costa do Marfim em 2003 para ajudar as tropas francesas a policiar um acordo de paz instável entre rebeldes e forças leais que, na verdade, dividiu o país em dois nos oito anos seguintes. Em 2004, eles foram integrados a uma força de manutenção da paz da ONU.

MALI

Arquivo: Polícia militar patrulha em Nara, Mali
Arquivo: Polícia militar patrulha em Nara, Mali

O bloco enviou soldados ao Mali em 2013 como parte de uma missão para expulsar combatentes ligados à Al Qaeda no norte. Como havia acontecido em outros lugares, a força no final daquele ano foi entregue a uma missão de manutenção da paz da ONU.

O centro e o norte do Mali agora estão invadidos por militantes ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico, cuja insurgência de uma década se espalhou para os vizinhos Burkina Faso e Níger.

GÂMBIA

Em 2017, a CEDEAO enviou 7.000 soldados do vizinho Senegal para a Gâmbia para obrigar o Presidente Yahya Jammeh a se exilar e ceder a presidência a Adama Barrow, que o havia derrotado em uma eleição.

As forças de segurança de Jammeh não ofereceram resistência à missão, que foi apelidada de Operação Restauração da Democracia.

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